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Menina que viu Rhuan ser assassinado vai começar a estudar no Acre

Em audiência na Câmara dos Deputados, coordenadora do Ministério dos Direitos Humanos disse que a criança já consegue abraçar pai biológico

atualizado

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1 de 1 samambaia-11 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O processo de reaproximação entre Rodrigo Oliveira e a filha de 8 anos, que presenciou o esquartejamento e a morte de Rhuan Maycon da Silva Castro, de 9, em Samambaia, está evoluindo positivamente. As informações foram divulgadas durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (27/06/2019). A ideia do evento, convocado pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR), era debater a atuação do Estado em crimes como o que tirou a vida do menino.

Após um período de fortalecimento de vínculo, a garota foi morar com o pai em Rio Branco, no Acre. De acordo com Alinne Duarte de Andrade Santana, coordenadora da Secretaria de Fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), representantes da pasta fazem contato com a família diariamente.

“Ontem [26/06/2019], o pai me mandou um vídeo brincando com ela, abraçando. A menina vai começar a estudar agora no segundo semestre”, conta Alinne. Ela explica que será necessário uma análise para saber em qual série a garota entrará, já que ela não frequentava a escola. A coordenadora também ressalta que a família receberá apoio psicológico. “Asseguramos que eles terão os direitos legais”, afirma.

Apelo

Também estava presente na audiência o delegado da 26ª DP (Samambaia), Guilherme Sousa, responsável pela apuração do caso. Na ocasião, o investigador narrou os detalhes do crime bárbaro praticado por Rosana Auri da Silva Candido, mãe de Rhuan, e Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa, sua companheira.

“A criança é a mais alta expressão de humanidade. A esperança é que casos como esse nunca se repitam”, disse o investigador. A conselheira tutelar Cláudia Regina Carvalho, responsável pela adaptação da menina que assistiu ao crime, também esteve presente no evento.

Ela fez um apelo para a melhoria das condições de cuidado com as crianças e os adolescentes do DF. “A gente trabalha de forma muito precária. Casos de violência contra eles são diários, principalmente estupro. Temos que nos virar em mil para sensibilizar os órgãos e explicar o que é necessário para cuidar disso”, assinala.

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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) recebeu, nessa terça-feira (25/06/2019), a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MPDFT) contra Rosana e Kacyla. Elas foram acusadas por homicídio qualificado, lesão corporal gravíssima, tortura, ocultação e destruição de cadáver e fraude processual. As duas são autoras confessas do assassinato do menino de 9 anos.

Após o assassinato, a dupla esquartejou, perfurou os olhos e dissecou a pele do rosto da criança. Elas também tentaram incinerar partes do corpo em uma churrasqueira, com o intuito de destruir o cadáver e dificultar o seu reconhecimento. Como o plano inicial não deu certo, elas colocaram partes do corpo em uma mala e duas mochilas. Rosana jogou a mala em um bueiro próximo à residência onde ocorreu o crime. Antes que ocultasse as duas mochilas, moradores da região desconfiaram da atitude da mulher e acionaram a polícia, que prendeu as duas autoras em flagrante, em 1º de junho.

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Tortura e lesão corporal

Desde 18 de dezembro de 2014, Rosana vivia com o filho de maneira clandestina. Rhuan foi retirado à força dos cuidados dos avós paternos e era procurado pela família. Até a sua morte, a criança foi submetida a intenso sofrimento físico e mental como forma de castigo. Enfrentou desprezo e privações. Foi impedido de manter contato com outras pessoas e também não frequentava a escola.

Um ano antes do assassinato, a dupla extraiu os testículos e o pênis de Rhuan, em casa, de forma rudimentar, sem anestesia ou acompanhamento médico. Por esses crimes, elas foram denunciadas por tortura e lesão corporal gravíssima.

 

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