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Proliferação de cianobactérias no Lago Paranoá preocupa ambientalistas

Os problemas que mais chamam a atenção dos especialistas são ocupação desordenada e falta de monitoramento dos afluentes da Bacia do Paranoá

atualizado

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Rafaela Felicciano/ Metrópoles
Peixes mortos Lago Paranoá
1 de 1 Peixes mortos Lago Paranoá - Foto: Rafaela Felicciano/ Metrópoles

A proliferação de cianobactérias no Lago Paranoá mostra a fragilidade do reservatório e preocupa ambientalistas. Eles dizem que a situação é consequência de uma série de fatores, que incluem ocupações irregulares, má utilização do solo e ligações clandestinas na Bacia do Paranoá.

Este ano, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) registrou cinco interferências nas margens do espelho d’água. No total, foram emitidas uma notificação por captação irregular e quatro por lançamento de resíduos no lago. No ano anterior, foram 60 flagrantes de captações e 14 lançamentos.

Esta semana, mais um fato novo. A aparição de peixes mortos fez com que o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e a Adasa emitissem, na quinta-feira (17/11), um alerta à população informando que o trecho que fica entre a foz do Riacho Fundo e o Pontão do Lago Sul está impróprio para banho e pesca.

O motivo é o aparecimento das cianobactérias, conhecidas como algas azuis. O fenômeno altera a cor da água para um verde intenso e diminui o oxigênio, provocando a morte de peixes. As restrições ao uso do lago valem, segundo os órgãos, até o retorno das condições normais de segurança e de qualidade da água.

Reprodução/Adasa

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) afirma que a Estação de Tratamento de Esgoto Sul, a mais próxima da região onde ocorre o florescimento das cianobactérias, funciona sem problemas. Técnicos da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) também fazem a checagem das galerias de águas pluviais que desaguam no trecho para tentar identificar o problema.

Risco
De acordo com a ambientalista Mônica Veríssimo, a situação é preocupante. “As ocupações irregulares e, consequentemente, o crescimento desordenado contribuíram para o processo de carreamento de partículas, que se acumularam no lago”, explicou.

Ainda segundo Mônica, essa não é a primeira vez que o problema ocorre. “A água é o reflexo da maneira de como utilizamos o solo. Estamos com a capacidade máxima de atividades urbanas dentro da Bacia do Paranoá. Se olharmos o mapa, veremos que o braço Sul, onde estão os ribeirões do Gama e Riacho Fundo, é o pior. Ele tem várias ligações clandestinas dentro das galeria de águas pluviais”.

Para Guilherme Scartezine, do Movimento dos Amigos do Lago Paranoá, é preciso aumentar o monitoramento nos quatro grandes fluentes — Riacho Fundo, Córrego do Gama, Torto e Bananal — e na Bacia do Paranoá como um todo. “Também é preciso investir em educação ambiental. Está faltando conscientização”, ressalta.

Captação
Um dos planos do governo é enfrentar a crise hídrica da capital federal com a captação de água do Lago Paranoá. Embora estudos apontem para a boa qualidade e a conveniência de usar a água para o abastecimento de parte da população, a ambientalista Mônica Veríssimo defende que é necessário rever as propostas de expansão urbana dentro da bacia. “Para o abastecimento, a Caesb, além de ter um controle rígido sobre as ligações clandestinas, vai precisar fazer o tratamento das águas pluviais”, acrescentou.

Arte/Metrópoles

 

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