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OAB cobra explicações do GDF sobre água que abastece a população

Após surto de gastroenterite, presidente da entidade oficiou a Caesb e a Adasa e diz que pode levar o caso ao MPDFT

atualizado

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Tony Winston/Agência Brasília
captação de água lago paranoá
1 de 1 captação de água lago paranoá - Foto: Tony Winston/Agência Brasília

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Distrito Federal (OAB-DF), Juliano Costa Couto, cobrou do GDF explicações sobre um surto de infecção intestinal causado supostamente pelo consumo de água captada do Lago Paranoá. Em ofício encaminhado na quinta-feira (21/12) à Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) e também à Agência Reguladora de Águas (Adasa), Costa Couto pediu detalhes sobre os procedimentos que vêm sendo adotados no tratamento do insumo fornecido à população.

O advogado defendeu a análise química individual dos recursos hídricos, especialmente do mineral que começou a ser captado do Lago Paranoá em outubro. “A água, com seu correto tratamento, é bem de primeira importância para a sociedade, não se admitindo equívocos ou trato negligente, sob pena de comprometer a saúde da coletividade. Vamos cobrar seriedade das autoridades”, declarou o presidente da OAB-DF.

Costa Couto espera receber respostas oficiais até a próxima semana e não descarta acionar o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) caso as explicações não sejam suficientes. “Qualquer e todo problema hídrico deve ser tratado com responsabilidade pelas autoridades”, declarou.

O caso ganhou repercussão após o Metrópoles noticiar a possível relação de um surto de gastroenterite com o consumo da água do Lago Paranoá. Centenas de pessoas relataram sintomas, nas redes sociais, como diarreia, vômitos, tonturas e febres.

Dois médicos – um da rede pública e outro da rede privada – engrossam o coro de quem questiona a qualidade da água extraída do reservatório. Dezenas de moradores da Asa Norte, do Lago Norte, do Itapoã, do Paranoá e de parte de Sobradinho II e do Taquari têm discurso uníssono: o líquido que chega às residências não está bom.

No entanto, a Caesb e a Secretaria de Saúde garantiram que o caso não passa de alarde. Ainda assim, nenhum laudo comprovando a qualidade da água foi apresentado pelos órgãos.

Apesar disso, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) negou existir um surto de infecção intestinal provocado pelo consumo da água. A declaração foi dada durante um bate-papo com seguidores do perfil oficial do GDF no Facebook na quinta-feira (21).

“Não tem surto de infecção intestinal nenhum. A Caesb tem os melhores laboratórios de análises, faz isso com o maior cuidado, com a maior responsabilidade. Eu mesmo tomei a água no dia da inauguração [da estação de captação]. Portanto, não há risco”, afirmou o chefe do Executivo.

Captação emergencial
Em 2 de outubro, sob protestos, o governo local inaugurou o subsistema de captação e tratamento do Lago Paranoá. O empreendimento, feito em caráter emergencial, custou R$ 42 milhões.

“Nós temos duas grandes obras de captação – a do Paranoá e a do Bananal. Elas estão colocando 1,4 mil litros por segundo na rede e posso assegurar à população que a água pode ser usada com total tranquilidade, total segurança. Os laboratórios de análise da Caesb são equiparados aos de qualquer país desenvolvido do mundo”, reforçou Rollemberg.

Para o presidente da OAB, no entanto, o governo local precisa dar mais segurança ao cidadão sobre a qualidade da água consumida após o abastecimento feito pela estação de captação do Lago Paranoá.

É indiscutível que há algo errado no DF. Depois do início da captação, dezenas de pessoas apresentaram os mesmos sintomas. Temos o direito de saber o que estamos consumindo

Juliano Costa Couto, presidente da OAB-DF

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