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Manifestantes prometem dizer à tarde se vão deixar a reitoria da UnB

Universidade de Brasília entrou com notificação extrajudicial para que ativistas deixassem o prédio na quinta (26)

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
ocupação Unb
1 de 1 ocupação Unb - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Os manifestantes que ocupam a reitoria da Universidade de Brasília (UnB) há exatos 15 dias não deixaram o prédio dentro do prazo dado pela instituição. Mas, pouco antes da meia-noite de quinta-feira (26/4), avisaram que farão uma reunião às 16h desta sexta (27), com a participação da administração, para dar um posicionamento.

O comando da UnB diz esperar que um acordo para a desocupação do local seja feito durante o encontro. Nessa sexta (28), a universidade entrou com uma notificação extrajudicial para que os estudantes deixem o prédio. O documento, registrado no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil e Casamentos, foi entregue ao movimento à tarde pelo chefe de gabinete Paulo César Marques.

A notificação estabelecia que os estudantes deixassem o prédio até as 23h59, o que não ocorreu. O documento extrajudicial tem valor jurídico. “Entregamos a notificação e vamos privilegiar o diálogo. Não trabalhamos com plano B. A gente espera a desocupação, sem qualquer tipo de ameaça”, afirmou Paulo César Marques, na tarde de quinta (26).

A decisão foi anunciada depois de um dia quente, marcado por confronto entre manifestantes e a PM na Esplanada. Paralelo ao protesto, um grupo de estudantes da UnB decidiu montar barricadas e impedir a entrada e a saída de alunos no Instituto Central de Ciências (ICC). O ato, ocorrido pela manhã, teria sido uma forma de manifestação contra a pior crise da história da instituição.

Mas a ação acabou em agressão e insultos e atrapalhou a vida de quem tentou frequentar a universidade nesta manhã. O graduando em direito Bruno Henrique de Moura, 21 anos, foi um dos prejudicados. Ele conta que “apenas negros eram autorizados a passar pela barricada”.

Segundo Bruno, membros ligados ao movimento negro da instituição seriam os responsáveis pela organização dos piquetes. Eles negam. Em fotos publicadas e vídeos cedidos ao Metrópoles, é possível observar alguns estudantes mais exaltados, vestindo máscaras e empunhando barras de ferro. Um aluno de agronomia foi agredido ao tentar derrubar a barreira.

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Revoltado, o estudante de engenharia Renato Lucas, 25 anos, também diz ter sido impedido de entrar, e chegou a ser ameaçado. “Eles não podem cercear o nosso direito de ir e vir. Me chamaram de ‘branco fascista’ e disseram que eu não poderia passar por lá”.

Procurada pela reportagem, a universidade confirmou as ações e explicou que “se tratavam de piquetes de greve”. Apesar da confusão, “as atividades letivas não foram afetadas”, ressaltou a instituição.

Já o Diretório Negro – Quilombo UnB disse que “as barricadas foram organizadas por estudantes e trabalhadores independentes da universidade em greve, principalmente pelo movimento Ocupa UnB”. “Não houve nenhuma reunião ou assembleia organizada pelo Diretório para decidir qualquer ação do tipo”, afirmou.

 

 

Na Esplanada dos Ministérios, o clima foi ainda mais tenso na manhã dessa quinta (26). Estudantes fizeram nova manifestação. Com faixas e cartazes, eles fecharam a S1, sentido Congresso Nacional, cedo. Depois, a N1, e foram em direção ao prédio do Ministério da Educação (MEC). Logo em seguida, a PM usou bombas de efeito moral para dispersá-los.

Para evitar novo quebra-quebra no prédio do MEC, como o ocorrido no dia 12 de abril, a PM levou a cavalaria e o choque para a Esplanada e cercou o edifício. Quando os estudantes se aproximaram, foram impedidos pelos policiais. Segundo a corporação, quatro pessoas foram detidas por desacato, incitação à violência e desobediência. Elas foram encaminhadas para a 5ª Delegacia de Polícia (área central), assim como uma testemunha.

Alguns manifestantes – eram cerca de 40 no total, segundo a PM – usavam máscaras e escudos de madeira. De acordo com a corporação, os manifestantes fizeram uma barreira e teriam partido para o confronto com os militares.

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Depois da ação da Polícia Militar, os estudantes correram em direção ao Teatro Nacional e à L2 Norte, na pista sentido Esplanada. A via também foi obstruída, mas os militares continuaram no local, tentando liberar o trânsito. Por volta das 13h, a pista foi aberta.

Em seguida, alguns manifestantes que participaram do ato retornaram para a UnB. Em entrevista ao Metrópoles, alunos que estão na ocupação da reitoria repudiaram a violência com a qual, segundo eles, a Polícia Militar agiu para reprimir o protesto realizado nessa quinta-feira (26), em frente ao Ministério da Educação.

Colaborou Suzano Almeida

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