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Maníaco: ex-padrasto de jovem achada morta no lago diz que “há pontas soltas”

Polícia Civil desarquivará inquérito que investigou a morte de Caroline Macêdo Santos, que era amiga da filha do cozinheiro Marinésio Olinto

atualizado

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1 de 1 caroline-macedo santos - Foto: Facebook/Reprodução

A mãe e o ex-padrasto de Caroline Macêdo Santos (foto em destaque), 15 anos, estiveram na 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), na tarde desta quinta-feira (29/08/2019), para dar depoimento sobre a morte da adolescente, ocorrida em 14 de maio de 2018. A jovem era amiga da filha de Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, e morava a 800 metros da casa do cozinheiro, no Vale do Amanhecer.

Após encontrar indícios de que Marinésio possa ser o responsável pela morte da adolescente, a 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) pedirá o desarquivamento do inquérito, conforme revelado pelo Metrópoles. Inicialmente, o caso foi tratado como suicídio devido aos sinais de depressão que a vítima apresentava – o corpo dela foi encontrado às margens do Lago Paranoá, próximo à Ponte JK.

Ao Metrópoles, o ex-padrasto de Caroline, Rosalvo Itolar Viegues, 78 anos, disse que agora a família busca por justiça. “A gente não está acusando nem julgando ninguém. Queremos apenas que os fatos apareçam, porque há pontas soltas no processo que deixam dúvidas”, afirmou.

Segundo Rosalto, que é policial aposentado, a mãe da jovem está “muito abalada” com o possível assassinato da filha. “Ela está muito abatida, chora demais. Nem queria ir para a delegacia, mas foi, porque precisou dar depoimento”, relatou o homem, que hoje está separado da mãe de Caroline.

Ana Karolline Rodrigues/Metrópoles
Rosalvo é ex-policial e diz quer novas investigações sobre o caso de Caroline

Ainda segundo Rosalvo, foi após a divulgação dos assassinatos da advogada Letícia Sousa Curado, 26 anos, e da auxiliar de cozinha Genir Pereira de Sousa, 47, cometidos pelo maníaco, que a família procurou a polícia para rever o caso da morte de Caroline.

“Quando surgiu a notícia eu já liguei os fatos, porque ela morava muito perto do Marinésio, e os crimes que apareceram têm característica semelhante ao que aconteceu com a Carol”, contou. Separado da mãe de Caroline, ele relatou que vivia uma relação conturbada com a ex-mulher. Após a morte da jovem, porém, ambos se reaproximaram e agora buscam juntos uma resposta para o caso.

“Até então, estavam rompidas as relações. Agora eu ajudo ela na medida do possível”, narrou. “A Carolzinha ficava comigo muitos fins de semana. Eu a amava como filha”, disse.

Suspeitas

Três meses antes de Caroline desaparecer, Marinésio teria proibido a própria filha de voltar a se encontrar com a jovem. O motivo nunca foi esclarecido. “Parece que houve um problema entre minha enteada e o homem, mas ela não chegou a explicar o que havia acontecido”, disse Rosalvo, na noite de quarta-feira (28/08/2019), ao Metrópoles.

Na data do sumiço, Caroline teria saído com a intenção de ir à Ponte JK para encontrar uma pessoa que havia conhecido pela internet. “Uma amiga foi com ela até a parada, perto de casa. Ela iria à Rodoviária de Planaltina e, de lá, para o local combinado”, relata o ex-padrasto.

Trata-se do último dia em que a garota de 15 anos foi vista até ser encontrada morta no Lago Paranoá, próximo à Ponte JK, 72 horas depois do desaparecimento. Na época, o caso foi considerado como suicídio, pois a menina havia dito várias vezes que pretendia se matar. Até nas redes sociais ela fez posts com essa conotação.

Rosalvo, no entanto, não se convenceu do suicídio. Sempre achou estranho o fato de o corpo da menina não apresentar hematomas graves, esperados em alguém que pula de uma ponte. Desconfiou também da hipótese devido ao local onde a menina foi achada. “O corpo dela foi encontrado em um lugar que, se você parar o carro, anda cinco metros e chega lá”, afirma.

Após a morte de Letícia, 26, funcionária do Ministério da Educação (MEC), ter sido confirmada como de autoria de Marinésio, Rosalvo logo imaginou que o cozinheiro poderia ter envolvimento no óbito da enteada.

“Fiquei de cabelo em pé quando vi que era ele. Creio que pode ter sido o Marinésio quem ofereceu carona, matou a Caroline, e levou até onde ela iria, para não chamar atenção. Inclusive acho até que o quadro de depressão dela pode ter sido causado por abusos anteriores”, acredita o ex-padrasto da adolescente.

O delegado adjunto da 10ª DP, Eder Charneski, não descarta a possibilidade de a intuição de Rosalvo estar certa.”Olhamos novamente os laudos e nele diz que há suspeita de asfixia. Não é algo conclusivo, pois o corpo foi encontrado três dias depois e estava em estado de putrefação avançado, mas a hipótese é compatível com o modo que Marinésio atacava”, explica.

Para Charneski, a história faz sentido. Por isso, a delegacia pedirá o desarquivamento do inquérito para que mais detalhes sejam analisados. “Tudo leva a crer que existe relação. Agora, vamos apurar mais informações, interrogar o homem e ver se ele também confessa este caso”, pontua o investigador.

O acusado

Marinésio morava com a esposa e a filha em uma casa humilde no Vale do Amanhecer. Tinha uma vida acima de qualquer suspeita. O homem de 1,60 m de altura é considerado calmo. “Vivi com ele muitos anos [19, no total] e não sabia de nada. Era um bom marido e bom pai. Nunca agrediu minha filha. Estamos arrasadas”, disse a companheira do maníaco.

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Após ser preso, o cozinheiro confessou ter matado duas mulheres e afirmou que pagará pelos crimes. “Só peço desculpas a todos. Minha família não merecia estar passando por isso. Vou pagar o que eu fiz”, disse Marinésio, detido desde a madrugada de domingo (25/08/2019) pelo assassinato de Letícia Sousa Curado, que estava desaparecida desde a sexta-feira (23/08/2019). Ele também admitiu ser autor da morte da auxiliar de cozinha Genir Pereira de Sousa, 47.

As declarações foram dadas na segunda (26/08/2019), na 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), região administrativa onde Letícia morava com o marido e o filho, criança de apenas 3 anos.

O cozinheiro agia sempre com o mesmo modus operandi: as vítimas eram abordadas em paradas de ônibus ou em rodoviárias pelo suspeito, que se passava por loteiro (motorista de lotação).

O homem usava sua Blazer prata, placa JFZ 3420-DF, nos crimes. O carro passou por análise minuciosa do Instituto de Criminalística da Polícia Civil. Os peritos buscam principalmente material genético das vítimas no veículo. Fios de cabelos e sangue, caso sejam encontrados, podem ser confrontados com o DNA das pessoas que acusam o maníaco de crimes.

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