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Mais da metade da população discorda do trabalho da Agefis

Com 190 mil ações em 2015, a autarquia divide a opinião dos brasilienses. Segundo pesquisa Metrópoles/Dados, 55,7% dos entrevistados não concordam com o trabalho de derrubadas para desocupar áreas públicas no Distrito Federal

atualizado

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Tony Winston/Agência Brasília
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1 de 1 agefis desobstrução ql 10 - Foto: Tony Winston/Agência Brasília

O ano de 2015 no Distrito Federal foi marcado pelas derrubadas de casas em áreas públicas e pelo início dos trabalhos de desobstrução da orla do Lago Paranoá. O trator do GDF passou por cima de construções tanto da população de maior poder aquisitivo, no Lago Sul, quanto das parcelas da sociedade menos endinheiradas, como as do Sol Nascente, em Ceilândia. Foram 190 mil ações, entre elas, 5,5 mil derrubadas e 77 mil apreensões de bens. No entanto, o trabalho da Agência de Fiscalização do DF (Agefis) divide opiniões entre os brasilienses.

Hoje, 55,7% dos moradores da capital não concordam com as ações da autarquia. Contra eles, 40,1% acreditam que a atividade desempenhanda é necessária. O dados fazem parte da pesquisa encomendada pelo Metrópoles ao Instituto Dados. O levantamento, realizado entre os dias 12 e 15 de dezembro, ouviu 1.202 pessoas em diversas regiões do DF.

“Propaganda ruim”
Para o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) Frederico Flósculo, os dados mostram uma confusão por parte da população acerca do papel do governo. “A pesquisa mostra que o trabalho de propaganda do governo é muito ruim. Como ações que protegem a ordem urbana podem ser julgadas negativas por mais da metade dos entrevistados?”, analisou Flósculo.

O especialista acredita que, pela primeira vez, a Agefis vem fazendo um trabalho sério. “O governo parece não entender o que está fazendo. Gerar essa questão da legalidade, da credibilidade, é um legado. Mas é preciso explicar para a população qual é o papel do governo, como funcionam as políticas públicas.”

Presidente da Associação de Moradores da QL 12, Marcos Coelho, no entanto, acredita que a pesquisa reflete fielmente o que ocorre na cidade. “Quando a Agefis se limita a trabalhar guiada pelos parâmetros legais, aprovo 100% as ações. Por exemplo, a Agefis derrubou construções irregulares em áreas de proteção permanente e concordo com a iniciativa. Mas, quando há uma decisão judicial para liberar 30 metros de orla e ela derruba casas a centenas de metros dessa faixa, não concordo”, reclama Coelho.

Revitalização
Outro item avaliado na pesquisa mede o grau de confiança da população na revitalização das áreas desocupadas às margens da orla e na manutenção dos espaços existentes. Segundo 45,8% dos entrevistados, o GDF não será capaz de manter locais de lazer à beira do espelho d’água. Outros 32% se mostram reticentes e dizem que “talvez” a gestão Rollemberg consiga oferecer à população opções adequadas. Em contrapartida, 16,5% acreditam que o Executivo vai cuidar bem da orla.

Esse item merece destaque especialmente neste fim de ano, quando Rollemberg acaba de anunciar um ambicioso plano de construir um novo espaço de lazer às margens do lago, na Avenida das Nações, batizado de Deck Sul. As obras estão programadas para começar nesta segunda-feira (28/12).

Paranoá
Gostando ou não, as derrubadas continuam. Em novembro, o GDF deu início à segunda etapa de desobstrução da orla do Lago Paranoá. Essa segunda fase da operação envolve 110 lotes, e a previsão é de que seja concluída até fevereiro de 2016.

No Lago Sul, são alvo terrenos da Área Vivencial (SHIS QLs 14/16), do Monumento Natural Dom Bosco, dos Parques Ecológicos Anfiteatro Natural e do Bosque, e dos Refúgios da Vida Silvestre Copaíbas e Garça Branca. No Lago Norte, a operação atingirá os Parques dos Escoteiros (SHIN EQL 4/6) e Ecológico das Garças, além do SHIN EQLs 11/13 e 13/15.

Em 2 de outubro, foi encerrada a primeira fase, que atingiu a QL 12 do Lago Sul e a QL 2 do Lago Norte. A terceira etapa só será programada após o término da segunda, e deve afetar 282 lotes.

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