Os dias de angústia de Geruza Fernandes Ferreira (foto em destaque), 38 anos, estão próximos do fim. Na tarde dessa quarta-feira (27/10), o exame de DNA da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) confirmou a troca de crianças na maternidade do Hospital Regional de Planaltina, em 2014. Ainda em tom emocionado, a dona de casa conversou com o Metrópoles sobre a descoberta do paradeiro da filha biológica.
“Estou mais aliviada por saber que está sendo cuidada [a filha] por pessoas boas”, declarou. Embora saiba com quem está sua filha de sangue, o reencontro entre as duas ainda não foi realizado. “As crianças não estavam presentes”, disse, ao se referir à reunião realizada na 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina).

Mãe quer encontrar filha biológicaArthur Menescal/Especial Metrópoles

Caso foi levado à Justiça Arthur Menescal/Especial Metrópoles

A Justiça entendeu que a troca foi comprovadaArthur Menescal/Especial Metrópoles

GDF recorreu da decisão e a mãe ainda não recebeu indenizaçãoArthur Menescal/Especial Metrópoles

Família vive em Planaltina Arthur Menescal/Especial Metrópoles

A criança atualmente tem 7 anos Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Geruza é dona de casa Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Residência da família Arthur Menescal/Especial Metrópoles

“São várias noites sem dormir”Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Geruza Fernandes Ferreira e a filha não biológica Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Filha nasceu em 2014 Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Geruza conta que descobriu a situação após o ex-companheiro não realizar o pagamento da pensão e levar a criança para realizar um teste de DNAArthur Menescal/Especial Metrópoles

Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Geruza tem 38 anos Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Geruza com documentos que atestam a maternidade na rede pública Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Geruza Fernandes Ferreira e a filha não biológica Arthur Menescal/Especial Metrópoles
O advogado de Geruza, Adivacy Silva, detalhou os próximos passos. “Foi confirmado [o DNA]. A filha biológica dela [Geruza] estava com outra família mesmo. A parte que cabe à polícia foi encerrada. Agora é trabalhar a questão psicológica entre todos os envolvidos”, revelou.
De acordo com o defensor, será feito um trabalho psicológico com os pais e as crianças para, posteriormente, acontecer um encontro.
Angústia
O caso é investigado pela 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina) e corre em segredo de Justiça. Fora do âmbito policial, o processo tramita na área cível. Em agosto, o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) estabeleceu o pagamento de R$ 300 mil a título de danos morais em favor de Geruza. A Justiça entendeu que a troca de bebês ficou comprovada. No entanto, o GDF recorreu da decisão e Geruza ainda não recebeu a indenização.
Geruza conta ter descoberto a situação após o ex-companheiro não realizar o pagamento da pensão alimentícia e levar a criança para realizar um teste de DNA. “Ele a buscou sem minha permissão, levou a um laboratório particular e fez o exame. Na primeira audiência de conciliação, ele já alegou que ela não era filha biológica dele e queria tirar o nome da certidão de nascimento”, explica.
“Não foi um erro meu, mas do hospital. Tenho a pulseira de identificação dela, provei que tive a bebê lá. É uma dor incomparável.”
Possível encontro
Além da indenização, o desejo maior da mãe é ter um encontro com a sua filha de sangue. “Quero que a gente possa se encontrar. Minha filha tem que conhecer como é a outra família dela”, defende.
De acordo com a mulher, ela nunca desconfiou de ter havido troca no hospital, porque a menina tem aparência semelhante à de sua família. “Meu pai é claro, minha mãe é morena, meu irmão é negro. Não tinha como eu desconfiar”, revela Geruza. Segundo a mãe, a filha já tem conhecimento da situação. “Ela já sabe, entende e viu meu desespero. Às vezes eu chorava e ela perguntava o motivo. Chegou ao ponto que não dava mais para esconder.”
Geruza salienta que o maior desafio, agora, é manter o equilíbrio dentro de casa. “A gente só via isso em novela, em filme. É algo muito doloroso”, finaliza.