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Réus da Caixa de Pandora usaram última audiência do ano para tentar desqualificar provas do processo

Depoimentos ocorreram na 2ª Vara da Fazenda Pública, na tarde desta sexta-feira (18/12). Segundo investigações, os acusados teriam usado contratos de informática para desviar R$ 64 milhões

atualizado

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Wilson Dias/ABr
José Geraldo Maciel, ex-secretário do governo Arruda
1 de 1 José Geraldo Maciel, ex-secretário do governo Arruda - Foto: Wilson Dias/ABr

Antes de entrar em recesso, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) realizou a última audiência da Caixa de Pandora deste ano. Na tarde desta sexta-feira (18/12), quatro réus da ação de improbidade administrativa foram ouvidos pelo juiz Álvaro Ciarlini, da 2ª Vara da Fazenda Pública do DF. O quinto apresentou atestado médico e não compareceu. Em comum, os depoimentos ressaltaram que a delação de Durval Barbosa foi feita por ele ter tido interesses contrariados no governo de José Roberto Arruda. A tentativa do grupo também foi tentar desqualificar gravações feitas por Barbosa, com autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ), durante o processo de delação.

Entre os depoentes estavam José Geraldo Maciel (ex-secretário de saúde e ex-chefe da Casa Civil), Ricardo Penna (ex-secretário de Planejamento), Roberto Giffoni (ex-corregedor-geral do DF) e o empresário Gilberto Batista de Lucena. Luiz Paulo Costa Sampaio (ex-gerente da Codeplan), que apresentou atestado por estar com gota, foi considerado réu confesso, segundo o juiz. A defesa dele recorreu.

Na quarta (16), o ex-governador José Roberto Arruda, o ex-vice-governador Paulo Octávio e o delator do esquema, Durval Barbosa, também prestaram depoimento nesta ação. O grupo é suspeito de usar contratos com a empresa Linknet para desviar R$ 64 milhões dos cofres públicos. O Ministério Público do DF pede a devolução de duas vezes esse valor, além de R$ 1 milhão por cada réu. Um total de R$ 136 milhões que podem retornar aos cofres públicos, em caso de condenação.

Primeiro a entrar na sala de audiência, Lucena se reservou ao direito de ficar em silêncio. Não respondeu qualquer questionamento do juiz Álvaro Ciarlini ou dos representantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Em seguida, falaram Ricardo Penna, José Geraldo Maciel e Roberto Giffoni. Em comum, os três tentaram desqualificar as denúncias feitas por Durval Barbosa e afirmaram que o delator fez todas as acusações por ter tido interesses contrariados. Para isso, segundo eles, teria feito edição dos vídeos que foram divulgados durante o processo. Todos negam participação do esquema e recebimento de propina, como afirma Durval.

Provas
Integrante do Gaeco, a promotora Ana Cláudia Manso afirma que, apesar das negativas dos réus, o processo tem provas suficientes para comprovar atos de improbidade praticados pelos acusados.

“Eles estão exercendo o direito da ampla defesa, mas as versões não encontram amparo nas provas que existem no processo, onde há vídeos, diálogos, documentos apreendidos que ratificam a improbidade”

Ana Cláudia Manso, promotora de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

Apesar de seis anos já terem se passado desde a deflagração da Operação Caixa de Pandora, a promotora afirma que várias condenações já foram confirmadas na esfera cível. São pelo menos 10, de acordo com o Ministério Público. Entre os condenados estão os ex-deputados Jaqueline Roriz, Eurídes Brito, Aylton Gomes, Benedito Domingos, Rôney Nemer, Júnior Brunelli, Rogério Ulysses, o ex-governador José Roberto Arruda e o delator, Durval Barbosa.

“Já estão condenados ao ressarcimento, estão afastados da vida pública e são fichas-sujas. As ações criminais estão tramitando dentro da normalidade e, no próximo ano, devem sair as primeiras sentenças”, completou Ana Cláudia.

Veja abaixo como foi a audiência:



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