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Lava Jato: MPF arquiva investigação contra padre Moacir

Para procuradores, não foram encontrados indícios de que o religioso cometeu crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

atualizado

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1 de 1 p 3 - Foto: Rafaela Felicciano/ Metrópoles

O Ministério Público Federal (MPF) arquivou as investigações contra o padre Moacir Anastácio de Carvalho e pediu à Justiça do Paraná o encerramento do inquérito contra o religioso, líder da Paróquia São Pedro, em Taguatinga. Ligado ao ex-senador Gim Argello, padre Moacir tornou-se alvo da Lava Jato após receber doações de empreiteiras que pagavam propina a políticos em troca de benefícios.

De acordo com o MPF, porém, não foram encontrados indícios suficientes que confirmassem o envolvimento dele nos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro comandados pelo ex-senador, nem irregularidades na doação de valores da construtora OAS para a paróquia.

“De fato, não foi comprovado o dolo do padre Moacir Anastácio de Carvalho quanto à origem ilícita dos valores empregados na festa da qual Jorge Afonso Argello se beneficiou com exposição positiva perante os fiéis. Por tal razão, o MPF, nos termos do artigo 18 do Código de Processo Penal, promove o arquivamento das investigações relativas às condutas supostamente praticadas pelo padre”, destacaram os procuradores Athayde Ribeiro Costa e Jerusa Burmann Viecili, em petição encaminhada à 13ª Vara Federal de Curitiba.

Reprodução/MPF

Em julho de 2017, o Metrópoles mostrou que a Polícia Federal também já havia concluído as investigações e inocentado padre Moacir de acusações da Operação Lava Jato por não ter encontrado irregularidades contra ele.

Segundo a PF, o dinheiro doado pela OAS foi usado exclusivamente na festa de Pentecostes e em uma obra de estacionamento para a Igreja.

Investigações
O religioso era investigado por ter recebido, em 2014, doações que somavam R$ 650 mil das construtoras OAS (R$ 350 mil) e Andrade Gutierrez (R$ 300 mil). As duas transferências teriam sido feitas, respectivamente, a pedido de Gim Argello e do ex-governador Agnelo Queiroz (PT). Segundo a PF, no entanto, não foi comprovado o oferecimento de contrapartidas pelo padre. No mesmo ano, a paróquia recebeu R$ 300 mil da Via Engenharia.

De acordo com os investigadores, frequentador da Paróquia São Pedro havia pelo menos 15 anos, Gim pediu a Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que fizesse uma doação à Igreja para a realização da festa de Pentecostes, organizada por padre Moacir. A PF apurava se a contribuição era, na verdade, um mecanismo de lavagem de dinheiro orquestrado pelo ex-senador, que está preso em Curitiba (PR) no âmbito da Lava Jato.

Em depoimento aos investigadores, o pároco reconheceu a doação feita pela OAS e a intervenção de Gim no caso. Também confirmou as contribuições da Andrade Gutierrez e da Via Engenharia, e a atuação de Agnelo Queiroz na obtenção dos recursos. Segundo o padre, os dois políticos eram frequentadores da paróquia e prometeram conseguir doações para a festa de Pentecostes daquele ano. No entanto, negou ter oferecido quaisquer benefícios a eles.

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