Inquérito que apurava morte em cela de DP em Sobradinho é arquivado
O corpo do motorista Luís Cláudio Rodrigues foi encontrado em julho de 2017. Ele foi detido por embriaguez ao volante
atualizado
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O Tribunal do Júri de Sobradinho determinou o arquivamento do inquérito que investigava a morte do motorista Luís Cláudio Rodrigues em uma cela da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho). Ele foi detido por embriaguez ao volante. Horas depois, foi encontrado morto. A polícia afirmou que Rodrigues teria se enforcado. A família, no entanto, questionou a versão oficial afirmando que ele apresentava lesões no corpo.
Na decisão,a juíza Iracema Canabrava Rodrigues Botelho afirma que os depoimentos prestados pelas testemunhas não indicaram “sequer indícios de agressão pretérita ou contemporânea ao ingresso da vítima na delegacia de polícia que pudesse resultar no óbito. A magistrada concluiu que “tudo conduz ao entendimento de tratar-se de suicídio por enforcamento”.
A sentença para engavetar o caso veio dias após o professor de medicina legal Jorge Paulete Vanrell ter apresentado, na Câmara dos Deputados, um relatório contestando as conclusões do inquérito da Corregedoria da Polícia Civil, que definiu a causa da morte como suicídio. O especialista foi enfático ao comentar o caso. “Há severas incongruências no laudo de necropsia psicológica que ensejam conclusões falaciosas e distanciadas da verdade real”, afirmou.Laudos anteriores
Para contestar o relatório da Polícia Civil que atestou que o motorista cometeu suicídio, a família de Rodrigues encomendou uma análise a um perito independente. A avaliação apontou que o motivo da morte teria sido “asfixia mecânica” por estrangulamento dentro da unidade policial.
Com o novo laudo, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) solicitou que um médico-legista fizesse uma análise dos dois relatórios: o primeiro, da Polícia Civil, e o segundo, apresentado pela família. O novo documento contestou a versão de homicídio.
Na decisão, a juíza Iracema Canabrava afirmou que a análise do MPDFT apontou que laudo da perícia independente usou “premissas médico legais indevidas, muitas vezes lastreadas em literatura pretérita em muito superadas.