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Intervenção federal na segurança do DF chega ao fim e Cappelli diz que missão foi “cumprida”

Coordenada por Cappelli, intervenção federal teve início após os atos de 8 de janeiro. A partir desta 3ª, comando da segurança volta ao GDF

atualizado

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celina leoa ricardo cappelli arthur lira batalhao PM Brasilia - Metrópoles
1 de 1 celina leoa ricardo cappelli arthur lira batalhao PM Brasilia - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Esta terça-feira (31/1) será o último dia do período de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. Durante 23 dias, o Governo Federal esteve no comando da capital da República. A partir de quarta-feira (1º/2), o controle voltará ao GDF — no mesmo dia em que deputados e senadores serão empossados e o Supremo Tribunal Federal (STF) retomará os trabalhos na Corte.

Durante a intervenção, Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e escolhido como interventor pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi responsável por “reorganizar” a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) após os atos de 8 de janeiro.

Ao Metrópoles Cappelli avaliou que a função da intervenção foi “totalmente cumprida”. Durante o período em que esteve na chefia, ele trocou comandos da SSP e liderou a operação responsável por prender os vândalos que estavam na Praça dos Três Poderes e no acampamento bolsonarista no QG do Exército em Brasília.

Ele também participou do planejamento de segurança para grandes eventos da capital, como o jogo entre Flamengo e Palmeiras e a posse dos deputados e senadores. Constantemente, Cappelli repetia a frase: “a Lei será cumprida”.

No decorrer dos 23 dias, ele trabalhou ao lado da vice-governadora do DF, Celina Leão (PP), já que o governador Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado do cargo por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Prisões e inquéritos

No tempo em que Cappelli esteve no comando, Moraes determinou a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres e do ex-comandante da Polícia Militar (PMDF) Fábio Augusto Vieira. Mais de 900 participantes dos atos de vandalismo também foram presos e, agora, aguardam o andamento do processo no STF.

Ibaneis, Torres, Fábio e Fernando de Sousa Oliveira, ex-número dois da SSP e que estava no comando da pasta no dia 8, são investigados em inquéritos separados. A Polícia Federal cumpriu mandatos de busca e apreensão em endereços ligados aos três. A medida, autorizada por Alexandre de Moraes, foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

PF faz busca e apreensão na casa de Ibaneis Rocha e no Buriti

O governador reeleito pelo DF segue afastado até, pelo menos, abril. Já Torres deve depor à Polícia Federal, pela segunda vez, na quinta-feira (2/2), no 4ª Batalhão da PM. Na primeira vez, o ex-secretário ficou em silêncio, alegando que os advogados ainda não tinham tido acesso ao processo.

Fábio Augusto também segue preso. Em depoimento, ele disse que o Exército Brasileiro impediu a ação dos PMs para conter os extremistas durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Segundo o coronel, o Exército, a todo momento, “discordou da operação”. A defesa do ex-comandante já entrou com três pedidos de revogação da prisão preventiva.

Relatório

Nos últimos dias, o interventor entregou um relatório no qual apontou os principais “erros” que levaram aos atos de 8 de janeiro — quando extremistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.

Segundo o documento, todos os eventos têm relação com o acampamento instalado por dois meses em frente ao QG — local que Cappelli chamou de o centro de todos os atos antidemocráticos registrados em Brasília entre novembro de 2022 e janeiro de 2023.

No relatório, que foi entregue ao ministro de Justiça, Flávio Dino, o interventor afirmou que o então comandante da PM perdeu o controle das tropas e que os batalhões da segurança da capital federal não foram acionados para conter o avanço dos extremistas.

Ele ainda frisou que “faltou responsabilidade” entre os comandos da segurança durante os atos de vandalismo. Cappelli disse que “ficou claro” o impacto da posse de Anderson Torres, que gerou “instabilidade” na Secretaria de Segurança Pública. “Ele fez exonerações, trocas. Logo depois, ele viajou. O gabinete recebeu relatório de inteligência e não teve nenhum desdobramento”, afirmou.

Ainda de acordo com Cappelli, as autoridades foram informadas sobre o aumento do fluxo de pessoas no QG dias antes dos atos de vandalismo.

Veja o relatório na íntegra:

Novo secretário e expectativas

A partir de quarta-feira (1º/2), Sandro Avelar assume a SSP-DF. Delegado da Polícia Federal, Sandro se formou em direito pela Universidade de Brasília (UnB). Na PF, já exerceu os cargos de diretor do Sistema Penitenciário Federal, no Ministério da Justiça, e liderou o combate ao crime organizado na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal.

Avelar afirmou que, a princípio, não vai realizar trocas imediatas na pasta e quer conhecer a equipe. “Estou chegando agora, com boas informações das pessoas que estão na SSP. Chegando, vou avaliar as condições de trabalho que estão sendo desenvolvidas. Confio absolutamente nas forças de segurança do DF. Chego com tranquilidade, sabendo que vou ter tempo de conhecer a equipe que está trabalhando”, disse quando foi anunciado como novo chefe da SSP-DF.

Para os próximos dias, o depoimento de Torres e possíveis novos andamentos dos inquéritos serão os principais acontecimentos. Também há expectativa pelo resultado da perícia nos celulares de Ibaneis.

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