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Instagram repudia uso da rede social por pedófilo do DF para atrair vítimas

As trocas de mensagens entre o homem e as crianças ocorriam pelo chat do aplicativo. PCDF apura

atualizado

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Reprodução
prisão do pedófilo do DF, no Maranhão
1 de 1 prisão do pedófilo do DF, no Maranhão - Foto: Reprodução

O Instagram divulgou, nesta quinta-feira (23/7), nota que condena o uso da rede social pelo pedófilo do DF preso nessa quarta-feira (22/7), no Maranhão. O homem utilizava seu perfil para conversar e atrair crianças e adolescentes, com idades entre 11 e 14 anos. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga se ele integrava uma rede de pedofilia: o homem teria feito 60 vítimas só na capital.

Na nota de repúdio divulgada, a empresa diz que “não tolera esse tipo de comportamento ou o compartilhamento de conteúdo que traga exploração sexual infantil em sua plataforma”. O Instagram ressalta estar colaborando com as autoridades responsáveis pelo caso desde o início das investigações.

Vítimas do pedófilo cogitaram suicídio com medo do vazamento de fotos e vídeos de nudez enviados ao criminoso. A investigação teve início após os pais de uma adolescente de 13 anos registrarem ocorrência na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga).

Para ganhar a confiança das vítimas, de acordo com os investigadores, o suspeito se passava por uma adolescente. Ele usava um perfil falso no Instagram para conquistar a confiança de meninos e meninas.

Quando ficava mais próximo dos jovens, o criminoso, então, fornecia um telefone para conversa via aplicativo de mensagens.

Ao longo dos diálogos, ele exigia que as vítimas enviassem fotos e vídeos íntimos. Segundo os investigadores, o pedófilo exigia que os jovens introduzissem objetos no ânus ou se masturbassem – tudo deveria ser filmado e encaminhado.

Quem se recusasse a enviar o conteúdo era ameaçado pelo criminoso. O temor de que o suspeito tornasse as gravações e as fotos públicas levou vários adolescentes ao desespero. Alguns, segundo a PCDF, cogitaram suicídio.

Novas vítimas

Mais adolescentes procuraram a 12ª DP afirmando terem sido vítimas do pedófilo. Em um dos novos casos, a Polícia Civil tomou conhecimento de uma denúncia registrada ainda em 2017.

“Descobrimos que ele usava um outro número e um terceiro perfil para cometer o crime. Dessa vez, no nome de Ana Beatriz. O número vinculado ao perfil está no nome do autor”, explicou a delegada responsável pelas investigações, Elizabeth Frade.

Segundo a investigadora, a tendência é que o número de vítimas aumente nos próximos dias. “Estamos o dia todo atendendo as vítimas. Só crescendo o número de adolescentes vítimas, mais de 60 prefixos foram intimados e estamos colhendo depoimentos”, acrescentou a delegada.

Preso preventivamente, o acusado já se encontra detido na carceragem da PCDF. Ele confessou o crime.

Rede de pedofilia

Após ouvir as vítimas, os policiais civis irão investigar se o criminoso integrava uma rede de pedofilia e compartilhamento de pornografia infanto-juvenil. “Vamos ver se ele fazia compartilhamento das imagens com alguma rede. O celular dele foi apreendido e será encaminhado para a perícia.”

Aos policiais civis, o pedófilo afirmou que recebia vídeos e fotos e “guardava para ver depois”. “Localizamos outras ocorrências no mesmo número do autor aqui no DF e no celular dele encontramos mais de 60 números vinculados a adolescentes daqui”, finalizou Elizabeth.

O criminoso não teve a identidade revelada em função da nova Lei de Abuso de Autoridade. As fotos e os vídeos desta reportagem foram borrados pela própria polícia. Segundo a PCDF, o homem se identificou como trabalhador autônomo.

Veja o momento da prisão: 

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