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Grávida é chamada de gorda no metrô e tem assento preferencial negado

Uma mulher duvidou que Tainá Morais estivesse grávida e disse que, na verdade, ela estava gorda

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: null

A jornalista Tainá Morais, 22 anos, ainda está tentando entender por que foi vítima de um ataque de raiva no metrô nessa sexta-feira (16/12). Grávida de quatro meses, ela voltava do trabalho, mas não estava se sentindo bem. No vagão, pediu para que uma mulher desocupasse o banco preferencial para que ela pudesse sentar e descansar. A reação, no entanto, surpreendeu. Tainá foi chamada de mentirosa e obesa.

“Todo mundo aqui sabe que você não está grávida. Fique em pé como todos. Você está gorda, está cansada, o problema é seu”, atacou a mulher que foi identificada nas redes sociais. No entanto, após ser criticada nos comentários, cancelou sua conta no Facebook.

“Eu pedi para sentar porque estava passando muito mal. Estava com enjoo e pressão baixa. Eu não  faço questão de ir sentada em metrô ou ônibus. Mas como ela trata a gente assim?”, desabafou Tainá. Revoltada, a jornalista gravou as agressões verbais e postou na rede social. O vídeo já tem mais de 93 mil visualizações.

Veja abaixo:

Eu me senti super humilhada na frente de todos. O que mais me doeu foi ter diversas pessoas presenciando a situação e ninguém fez absolutamente nada. Sei que não é responsabilidade de ninguém. Mas, de verdade? Me senti um lixo

Tainá Morais, jornalista

Na manhã deste sábado (17), Tainá registrou boletim de ocorrência contra a mulher na 21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Sul. “Ontem (16), me segurei para não fazer nada. Eu iria perder a razão e pensei também muito na minha filha, o mal que poderia fazer a nós. Mas é impossível não saber que estou grávida. Procurei a delegacia porque não posso deixar essa história impune”, desabafou.

Demais problemas
Como mostrou o Metrópoles na última quinta-feira (15), proporcionalmente, o sistema da capital federal é um dos menos utilizados pela população em comparação a outras cidades. Apenas 4,9% da população do DF é usuária do metrô, ante os 28,2% de São Paulo, os 12,2% do Rio de Janeiro e os 8% de Belo Horizonte. Os dados são da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Para o professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo César Marques, especialista em transporte público, duas principais questões afastam o brasiliense da utilização desse meio de transporte: a lotação e a falta de integração. “Apesar de não ter muita adesão, o metrô fica muito cheio durante o horário de pico. Isso ocorre porque os carros são muito pequenos e os intervalos ainda são longos em comparação a padrões internacionais. Por isso, as pessoas não gostam de usar“, completou. 

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