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Finados: para fugir de aglomeração, brasilienses adiantam ida a cemitérios

Cemitério Campo da Esperança da Asa sul começou a registrar movimento neste domingo (1º/11), véspera do feriado de Finados

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
movimento cemiterio véspera de finados 2020 brasilia df15
1 de 1 movimento cemiterio véspera de finados 2020 brasilia df15 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Atentos às recomendações para que homenagens aos entes queridos sejam feitas de casa neste Dia de Finados, para evitar aglomerações e o risco de infecção pela Covid-19, brasilienses começaram a visitar os túmulos nos cemitérios da capital já neste domingo (1º/11), véspera do feriado.

Mesmo com chuva, o cemitério Campo da Esperança da Asa Sul, começou a registrar movimentação já nas primeiras horas da manhã.

Gabriela de Alemar, 30 anos, perdeu o pai, Jesus de Alemar, há sete meses, vítima de um câncer no pâncreas. Gabriela não quis deixar de ir ao cemitério e, acompanhada da cachorrinha Cristal, resgatada da rua, visitou o túmulo do pai neste domingo.

“Ele faleceu em 1º de abril e, desde então, sempre venho visitá-lo nesta data. Com a pandemia, decidimos por manter o dia 1º e não viremos amanhã. Hoje (domingo), o movimento está tranquilo. Acreditamos que amanhã estará mais cheio. Quis vir pessoalmente para acalmar o coração e não ficar com saudades. É um momento importante para o luto”, disse.

Veja as imagens do cemitério neste domingo:

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As irmãs Marli Justino da Silva, 63, Terezinha Justino, 62, e Luciene Justino 52, perderam a mãe, Geralda Guedes da Silva, há 20 anos. As  paraibanas visitam o cemitério todos os feriados de finados, em datas comemorativas e no dia do aniversário da matriarca, para prestar homenagens.

“Não poderíamos e nem deixaríamos de vir. Optamos pelo domingo para conseguir entrar de carro e também para nos protegermos mais. Registramos poucas pessoas fazendo homenagens e acreditamos que o fluxo vai ser maior amanhã, na data mesmo do feriado. Acendemos as nossas velas, fizemos orações e fomos embora. Sem contato e com todos os cuidados necessários para se prevenir do coronavírus”, afirmou Marli.

Joana da Costa Palhares, 74 anos, perdeu a filha Regina Costa Pereira, 53, para o novo coronavírus em 12 de julho.
Neste domingo (1/11), a família foi nos dois cemitérios de Taguatinga e do Plano Piloto. Foi uma oportunidade de Joana visitar o túmulo da filha, pois ela não viu o corpo da filha após a morte nem foi ao enterro.

A família também aproveitou a visita para restaurar a pintura do túmulo de Josias Caciano da Costa, que morreu em 1993. Ele era irmão de Joana.

 

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Recomendações

A empresa Campo da Esperança Serviços Ltda., administradora dos seis cemitérios do Distrito Federal, recomendou que as homenagens de 2 de novembro deste ano sejam feitas de casa. Diante da pandemia do novo coronavírus, a orientação é para respeitar o distanciamento social. Porém, quem decidir visitar os jazigos no feriado, precisa seguir uma série de recomendações.

Segundo a empresa, as unidades costumam receber milhares de visitantes nessa data. “Por mais que os campos sejam abertos, a possibilidade de haver aglomeração é grande, principalmente próximo aos portões”, disse.

Arquidiocese de Brasília não vai realizar as tradicionais missas presenciais nos cemitérios. “Também não haverá qualquer outro tipo de celebração”, pontuou o Campo da Esperança.

O uso de máscara é obrigatório em toda a área do cemitério. “E ela deve cobrir o nariz e a boca”, ressaltou. Nos ambientes fechados, passará por aferição de temperatura. Quem apresentar febre – temperatura igual ou superior a 37,8ºC – ou estado gripal será orientado a voltar para casa e procurar o sistema de saúde.

A concessionária adotou protocolos para evitar a proliferação do vírus. “Os banheiros serão limpos com uma frequência maior e não haverá sanitários químicos espalhados pelos campos, como ocorre todos os anos. Não serão distribuídos copos descartáveis. Será necessário levar o próprio recipiente para beber a água nos bebedouros”, pontuou.

Como vai ser

Os portões dos cemitérios da Asa Sul, de Taguatinga, Gama, Sobradinho, Planaltina e Brazlândia serão abertos às 7h, uma hora mais cedo do que o de costume, e fechados uma hora mais tarde, às 19h. O atendimento ao público será estendido, das 7h30 às 18h.

O acesso ao público será diferente no Dia de Finados de 2020. Nas unidades de Planaltina e de Brazlândia, nenhum carro será autorizado a entrar, porque, de acordo com o Campo da Esperança, não há espaço suficiente para circulação.

Nos cemitérios da Asa Sul, de Taguatinga, Gama e Sobradinho, só poderão entrar na área interna veículos com autorização de vaga especial ou de pessoa com deficiência, emitida pelo Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF).

Os pedestres poderão acessar os portões principais de cada cemitério. Haverá dois abertos no da Asa Sul: o principal, ao lado do templo da Legião da Boa Vontade (LBV), e o do Parque da Cidade, em frente ao Estacionamento 6. As outras cinco unidades têm apenas uma entrada.

Além dos 170 funcionários da administradora, 26 atendentes extras vão reforçar o trabalho de atendimento. Para o feriado, o Campo da Esperança dobrou o número de vigilantes que trabalham na segurança interna das unidades: vai aumentar de 50 para 100. Vendedores ambulantes não poderão entrar no interior dos cemitérios.

As lanchonetes estarão funcionando, também com os protocolos de segurança sanitária sendo seguidos à risca, como disponibilização de álcool gel 70% a todos os clientes; higienização das cadeiras e mesas de uso coletivo regularmente; disposição de mesas a uma distância mínima de 2 metros uma das outras; cobertura da máquina de pagamento por meio de cartão com papel filme; higienização de cardápios após a manipulação dos clientes; oferecimento de talhes e copos descartáveis; disponibilização de sachês individuais de condimentos.

Os cemitérios também terão reforço de órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF), pois os cemitérios da capital do país são área pública administrados por uma concessionária por meio de concessão. Os velórios e sepultamentos ocorrerão normalmente.

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