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Família de idosa atropelada no DF teme absolvição de motorista

Julgamento da acusada de matar Rose Marie Flexa Medeiros será nesta quinta. Relatório da polícia fala em “alucinação” da jovem suspeita

atualizado

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Arquivo pessoal
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1 de 1 rose3 - Foto: Arquivo pessoal

O julgamento de Juliana Guimarães Cirillo, 22 anos, ocorre nesta quinta-feira (06/02/2020), no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT). A mulher tenta recorrer da sentença em que foi condenada, e busca absolvição por atropelar e causar a morte de Rose Marie Flexa Medeiros (foto em destaque), 73, em março de 2019.

À época, Rose foi levada ainda com vida para o Instituto Hospital de Base de do Distrito Federal (IHBDF), mas não resistiu aos ferimento e faleceu.

A possibilidade de a acusada ser absolvida deixou a filha da vítima, Roseane Flexa Medeiros, 43, “muito preocupada”. A mulher relatou que sente “muita falta” da mãe e espera que a sentença seja cumprida.

“A pena dela foi pequena (3 anos de suspensão da carteira de motorista, serviço comunitário e pagamento de cesta básica) e ela não quer cumprir. Não podemos correr o risco de deixar isso acontecer. Sinto a falta da minha mãe”, desabafou Roseane.

A filha de Rose vai comparecer ao tribunal para que a pena seja mantida. Em sua defesa, a autora alega que não teve intenção de cometer o atropelamento, e que desmaiou durante o corrido.

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“Culpa do Xamã”

Com base no relatório policial, ao ser questionada no hospital acerca de sua condição, Juliana disse ter tomado chá do Santo Daime e que a culpa era do “Xamã”. Ainda conforme o documento, a jovem teve momentos de alucinação e falava que o braço dela estava caindo. Porém, estava imobilizada.

Já em depoimento formal, a motorista contou que dirigia o veículo na velocidade da via quando pressentiu que ia desmaiar. Afirmou ter tentado girar o volante e encostar o carro no meio-fio, mas desfaleceu.

Disse que só teve conhecimento do atropelamento quando chegou ao Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF). Defendeu que no dia do acidente não fez uso do chá, mas que já havia bebido em outras ocasiões.

Na delegacia, o pai de Juliana informou que a filha sofre de síndrome do vaso vagal, doença que provoca desmaios e confusões. Afirmou que a jovem se envolveu em outro acidente recentemente, devido ao problema, mas que ela não tem restrição para dirigir.

Para Juliana, houve uma interpretação equivocada das pessoas responsáveis pelo seu atendimento no local do acidente ao dizerem que ela informou ter bebido o chá. A jovem alegou ter explicado aos socorristas que estava voltando da Igreja do Santo Daime.

O acidente 

O atropelamento ocorreu por volta das 18h de 7 de março deste ano, na calçada em frente ao Ministério da Saúde. Rose foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao IHBDF com um corte na face, consciente, estável e orientada.

Os bombeiros encaminharam Juliana para a mesma unidade de saúde. A condutora se queixava de dores na coluna cervical, ânsia de vômito e estava consciente, porém desorientada, segundo a corporação.

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