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Estoque de leite materno no DF é o menor dos últimos quatro anos

Secretaria de Saúde pede apoio para que as lactantes procurem o serviço a fim de que doações cheguem, principalmente, aos neonatais

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
Mão de mulher e bebê na frente e bebê sendo amamentado ao fundo
1 de 1 Mão de mulher e bebê na frente e bebê sendo amamentado ao fundo - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

A Secretaria de Saúde (SES-DF) decidiu acender o sinal amarelo, nesta quarta-feira (05/02/2020), sobre o estoque de leite materno. De acordo com a pasta, o mês de janeiro de 2020 foi o “pior mês nos últimos quatro anos” em termo de coleta do leite humano, mesmo com as campanhas realizadas em 2019.

“Coletamos 1,9 mil litros a menos que o ano anterior, o que não permitiu termos um estoque de alerta para esta época do ano”, alertou a pediatra Miriam Oliveira dos Santos, coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno do Distrito Federal.

O uso de leite humano nas unidade neonatais da Secretaria de Saúde é uma estratégia para redução da mortalidade infantil, em especial, a do recém-nascido. A falta do alimento pode promover maiores problemas para o desenvolvimento das crianças “e aumentar o risco de morte”, explica a especialista.

A médica aponta que a queda pode ser justificada por inúmeros motivos, como o período de descanso no trabalho.

“O que acontece é que as amamentadoras, nesse período, viajam, estão com visitas em casa ou acabam tendo que dar atenção aos outros filhos durante as férias escolares, o que muda seriamente a rotina doméstica”, pontua.

Miriam Santos também argumenta que há uma inverdade sobre a doação de leite materno que ainda assusta as doadoras.

“É bom deixar claro que o fato de a mulher doar o leite materno não vai fazer faltar para o bebê dela. Quanto mais ela amamenta e quanto mais ela extrai, mais o corpo produz. Para se ter ideia, o pote pode encher em uma semana e ele consegue alimentar até 10 bebês diferentes”, afirma.

Veja o estoque em números

Fonte: Secretaria de Saúde do DF

Como doar?

A lactante pode começar a armazenar o leite em um pote de vidro que tenha tampa de plástico. Para encher por completo, a média é de uma semana de coleta.

A Secretaria de Saúde disponibiliza um kit para doação, com luvas e máscaras, que será entregue após a doadora fazer contato. Caso seja necessário, uma equipe do Corpo de Bombeiros também poder ir até a casa mãe para orientar os procedimentos.

“Temos um universo imenso de crianças que precisam do leite pelo fato de as mães estarem impossibilitadas de amamentar. Recentemente, soubemos que uma mãe teve o diagnóstico de câncer durante a gravidez e começou a quimioterapia logo após o parto, o que inviabilizou a amamentação”. Quando armazenado de forma ideal, cada pote chega a durar seis meses.

Para quaisquer dúvidas, o telefone de contato é o 160, na opção 4. A ligação é gratuita.

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