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Suspeito de estuprar mulher em Alto Paraíso tem material genético coletado

O homem não foi preso, pois, segundo a Polícia Civil de Goiás, não foram encontrados elementos suficientes para o flagrante

atualizado

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O homem suspeito de ter estuprado e provocado a morte da moradora de Alto Paraíso (GO) nessa quinta-feira (17/9) foi encontrado pelos investigadores da Polícia Civil de Goiás (PCGO) e conduzido ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Formosa (GO) para a coleta do material genético. Por meio do exame, será possível confirmar ou descartar a autoria dele no crime, que chocou os moradores do município goiano.

A identidade do suspeito ainda é mantida sob sigilo pela corporação. O homem nega ter participação na barbárie.

“Vamos agora aguardar o resultado do exame. Não tivemos elementos suficientes para fazer a prisão em flagrante. Ele é usuários de drogas e nega [o crime] a todo momento”, diz o delegado titular do Grupo de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri) de Formosa, José Antônio Sena. O suspeito foi localizado nesta sexta-feira (18/9).

Vítima de um ato brutal de violência, Oigna Rodrigues da Silva, de 43 anos, não resistiu aos ferimentos provocados pelo ataque que sofreu dentro de casa, em Alto Paraíso. No IML, o corpo passou por exames de necropsia também nesta sexta-feira, durante os quais constatou-se que o órgão genital da mulher foi dilacerado. Ninguém foi preso.

Moradores do município goiano, que fica a 240 km de Brasília, foram às ruas da cidade na noite desta sexta-feira em protesto, pedindo Justiça por Oigna. Trajando preto e com velas nas mãos, mulheres do local se reuniram na Praça do Canãa, de onde saíram em marcha, exigindo das autoridades mais segurança e uma resposta ao que aconteceu com Oigna.

A vítima era uma mulher bastante conhecida no município. Por viver em sofrimento psíquico, era atendida pelas equipes da Secretaria de Assistência Social e do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) havia 12 anos.

O caso

Segundo o boletim de ocorrência, a vítima tinha um atendimento marcado com a assistente social do CRAS para quarta-feira (16/9), mas não compareceu. Desconfiada, uma equipe foi até a casa da mulher, que não atendeu a porta. Pela janela, uma das profissionais avistou os pés de Oigna, que estava caída no chão.

Com a ajuda de uma vizinha, a funcionária do CRAS conseguiu entrar na casa da paciente e a encontrou, de bruços, com vários ferimentos no rosto e suja de sangue. “Ela estava sem consciência, sangrando, porém, respirando de forma ofegante”, consta no boletim.

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Ao chegarem ao local, os atendentes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) fizeram os primeiros socorros e verificaram que o sangue na roupa da vítima já estava seco, o que indicava que os ferimentos tinham sido provocados há algum tempo.

Violência sexual

Os sinais do estupro só foram identificados, de fato, no hospital, no momento em que os funcionários da unidade davam banho em Oigna.

Segundo a Secretaria de Saúde municipal, os serviços de segurança pública foram imediatamente notificados das lesões, identificadas por meio de exame comprobatório de corpo de delito preenchido pelo médico de plantão. A mulher recebeu o atendimento na unidade de saúde, com adoção dos procedimentos e protocolos indicados às vítimas de violência sexual.

“Ela possuía sinais de agressão física no tórax, seio, e também laceração na vagina, em decorrência de uma violência sexual”, diz o documento. A mulher aguardava a transferência para um hospital em Goiânia, quando teve uma parada respiratória e morreu.

O prefeito de Alto Paraíso, Martinho Mendes da Silva, repudiou o caso de violência e disse, por meio de nota, que acionou a PCGO, “solicitando uma atuação severa e investigação rigorosa”.

“Justiça por Oigna”

Uma nova manifestação está marcada para a próxima segunda-feira (21/9), desta vez em frente à Prefeitura Municipal de Alto Paraíso. O ato Justiça por Oigna começa às 10h.

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