metropoles.com

Empresas de ônibus recorrem a empréstimos para pagar rodoviários e evitar greve

Até sexta-feira (18/9), quatro das cinco empresas que atendem as bacias do DF tinham pagado os 40% de adiantamento da categoria

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Pessoas de máscaras na Rodoviária
1 de 1 Pessoas de máscaras na Rodoviária - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

As empresas de ônibus do Distrito Federal recorreram a empréstimos para pagar os rodoviários e evitar greves. Um dia após Piracicabana, Marechal, Urbi, São José e Pioneira comunicarem ao governo que não tinham dinheiro para pagar adiantamento de 40% do salário dos rodoviários de Brasília, pelo menos quatro empresas depositaram a verba na conta dos rodoviários nessa sexta-feira (18/9).

Somente a Marechal não conseguiu colocar em dia os vencimentos, cujos depósitos são feitos todo dia 20 de cada mês. De acordo com o diretor do Sindicato dos Rodoviários do DF João Osório, a greve ocorreria nessa sexta, mas, devido à regularização de parte dos pagamentos, a categoria optou por não cruzar os braços.

“Não vamos parar por causa do final de semana. Mas, se a Marechal não pagar até segunda-feira (21/9), a paralisação é certa”, ressaltou.

Como mostrou o Metrópoles, as viações do Sistema de Transporte Público Coletivo do Distrito Federal (STPC-DF) comunicaram à Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF que estão à beira do colapso e não teriam dinheiro para pagar o adiantamento de 40% do salário dos rodoviários de Brasília.

Devido à pandemia da Covid-19 e à redução de passageiros durante a crise de saúde pública decorrente do novo coronavírus, o STPC está quase em colapso financeiro e com rombo de R$ 400 milhões.

“As empresas estão com dificuldades financeiras. A tarifa que elas recebem do usuário está muito aquém do custo total do sistema. No início da pandemia, os ônibus rodavam com 30% dos passageiros. Hoje, estão com 46%”, detalhou o secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Valter Casimiro, ao Metrópoles.

O GDF pagou as Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) que tinha com as operadoras e quitará a última parcela, de R$ 15 milhões, até a próxima segunda. Foi com o dinheiro da DEA que as empresas se sustentaram nos últimos seis meses. Agora, elas alegam ao GDF não ter mais capital.

4 imagens
Pelo menos 16 pontos com álcool em gel estão distribuídos na Rodoviária do Plano Piloto
Limpeza é feita, principalmente, nas barras e nos bancos dos ônibus
Os funcionários das empresas de ônibus também usam máscara e luvas na limpeza
1 de 4

Passageiros confirmam que há menos gente nos coletivos e na Rodoviária do Plano Piloto

Hugo Barreto/Metrópoles
2 de 4

Pelo menos 16 pontos com álcool em gel estão distribuídos na Rodoviária do Plano Piloto

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 4

Limpeza é feita, principalmente, nas barras e nos bancos dos ônibus

Hugo Barreto/Metrópoles
4 de 4

Os funcionários das empresas de ônibus também usam máscara e luvas na limpeza

Hugo Barreto/Metrópoles

Desde março, quando o primeiro caso de coronavírus foi registrado no DF, a demanda por viagens caiu 60%. Mesmo assim, para que fosse possível o afastamento de 1,5 m entre os passageiros e para evitar aglomerações no sistema público de transporte, as operadoras foram obrigadas a manter 100% da frota, sem subsídio do Executivo local.

Auxílio suspenso

A 6ª Vara de Fazenda Pública suspendeu o auxílio emergencial de mais de R$ 90 milhões às empresas de transporte público feito pela Semob.

A ação foi apresentada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que questionou o socorro financeiro. Segundo os promotores, o auxílio não estava de acordo com a relação contratual das empresas e as leis que regem as finanças públicas.

Assim, com o volume de passageiros transportados diariamente reduzido de 1,1 milhão para menos de 500 mil durante a pandemia, o prejuízo diário das viações foi de R$ 3 milhões. Hoje, o rombo é superior a R$ 400 milhões para as operadoras, contando desde o início da crise sanitária.

Ação da Semob

Para tentar evitar uma greve geral e a paralisação dos serviços, a Semob promove diversas reuniões com o MPDFT. “Hoje, alguns ônibus carregam apenas 10 passageiros em cada viagem. Vamos tentar ao menos ampliar o tempo de diferença entre uma viagem e outra. Isso, é claro, sem prejudicar os passageiros ou colocá-los em risco devido à Covid-19”, afirmou o secretário Valter Casimiro.

As empresas não quiseram comentar o assunto. O espaço segue aberto para manifestações.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?