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Fortes chuvas em Brasília marcam início das provas do Enem 2021

Estudantes tiveram que se abrigar da chuva: apesar do imprevisto, não houve grandes registros de atraso

atualizado

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Gustavo Moreno/Especial para o Metróples
Alunos chegam ao Uniceub Enem 2021
1 de 1 Alunos chegam ao Uniceub Enem 2021 - Foto: Gustavo Moreno/Especial para o Metróples

Trânsito, chuva e correria. O primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado neste domingo (21/11), em Brasília, foi debaixo d’água, devido às chuvas que atingem a capital. Estudantes encharcados correram às salas do UniCEUB, um dos locais de prova na Asa Norte, primeiro, em busca de proteção contra o aguaceiro e também para conseguir realizaro certame. Mesmo com os problemas – e as polêmicas envolvendo o Ministério da Educação (MEC), o Instituto de Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira (Inep) e até o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) –, os estudantes tiveream acesso ao local e deram início a caminhada rumo a universidade.

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A reportagem do Metrópoles conseguiu acesso a um dos prédios da universidade e conversou com candidatos. Juliana Pereira, 17 anos, entrou pela primeira vez num ambiente de Enem.  “Confesso que eu fiquei bem nervosa nas últimas semanas, mas conversei muito com minha família. O importante é saber que não é a única oportunidade, é apenas uma prova”, disse a candidata a uma vaga em cursos de psicologia. Para Gislene Viana, 45, o Enem é uma oportunidade de se cadastrar no Programa Universidade para Todos (ProUni) e tentar uma bolsa para a graduação de agronomia. “Eu já faço faculdade, mas pelo Fies, e quero o ProUni. Essa é a oportunidade que eu tenho”, pontuou.

Negra, ainda que não tenha declarado raça na inscrição “porque é uma burocracia constrangedora”, Viana se queixou da falta da população preta nas salas de provas. “A taxa de analfabetismo é muito alta no Brasil, teria que ter mais negros e pardos buscando o Enem”, constatou. Neste ano, conforme dados do Inep, apenas 11% dos cerca de 3,1 milhões de candidatos são negros.

“Eu até estranhei”, comentou Lucas Bonifácio, 20. “Não vi pessoas parecidas comigo, nem na aparência nem nas oportunidade”, destacou. Caso seja aprovado para um curso de programação será o primeiro da família a frequentar uma instituição de ensino superior. “Tenho fé que vai dar”, declarou o rapaz.

No UniCEUB, apesar do engarrafamento formado por causa da chuva e de haver apenas um portão aberto, não houve registros de atrasos de candidatos no momento em que se fecharam os portões.

Blitz

A exemplo da edição de 2020, aplicada em 2021 por conta da pandemia do novo coronavírus, o Enem de 2021 na capital contou com uma “blitz” de apoio a estudantes e trabalhadores envolvidos no concurso. Capitaneada pela Frente Parlamentar Mista de Educação, a iniciativa conta com apoio da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas.

Presidente do grupo legislativo, o deputado Professor Israel Batista (PV-DF) contou ao Metrópoles que a blitz se propõe a receber denúncias de “candidatos e servidores, todos que estiverem envolvidos na prova”. De acordo com o parlamentar, as reclamações serão analisadas por um grupo reunido no Setor Bancário Sul (SBS). Batista ainda criticou a gestão do Ministério da Educação (MEC) no tocante ao maior exame estudantil do país, que, neste ano, teve a menor procura das 16 edições..

“Eu encaro essa gestão com extrema preocupação. As declarações do ministro mostram que é um projeto do governo a desestruturação da prova. As falas são coerentes com o que está acontecendo. O MEC deveria se debruçar e se preocupar em levar o acesso a todos, em zelar pela manutenção da escola pública”, declarou.

 

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