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Estudantes desafiam Justiça e ameaçam ocupar mais 15 escolas no DF

Cinco escolas da rede pública, além da UnB, estão tomadas por alunos contrários à proposta que limita gastos e à reforma do ensino médio

atualizado

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Bruna Sabarense/Metrópoles
ocupação gisno
1 de 1 ocupação gisno - Foto: Bruna Sabarense/Metrópoles

Os estudantes que ocupam o colégio Gisno, na 907 Norte, vão continuar na escola. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (2/11), mesmo havendo uma decisão judicial para que eles desocupem o local. O grupo disse que vai recorrer da medida e promete intensificar a ocupação a partir da próxima semana.

Além do Gisno, outras cinco unidades da rede pública de ensino do DF e setores da Universidade de Brasília (UnB) estão tomadas pelos alunos, contrários à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que limita os gastos do governo, e a reforma do ensino médio.

O grupo, com estudantes com idades que variam entre 15 e 18 anos, disse que a estratégia do governo federal de suspender a aplicação do Exame de Avaliação do Ensino Médio (Enem) nas escolas ocupadas tem o objetivo de pressionar os alunos, mas que a medida não vai funcionar. De acordo com eles, muitos estão fazendo revisões no interior das unidades invadidas e vão fazer a prova. Para eles, seria possível transferir os exames para outros locais, caso o Ministério da Educação quisesse.

Depois do Enem, de acordo com os estudantes, mais 15 escolas vão aderir ao movimento de ocupação. Além do Gisno, estão ocupados o Centro Educacional 01 de Planaltina, o Elefante Branco, o Setor Oeste e o Centro de Ensino Médio Taguatinga Norte.

A ocupação é justamente pela reforma do ensino médio. Queremos, sim, uma reforma, mas não do jeito proposto. Queremos melhoria estrutural, maior debate com os alunos, auditoria de dívida pública que não foi feita. Não somos o problema, somos a solução. Em sua maioria, quem usa a educação pública é a periferia. Sempre a classe mais baixa é que sofre. A educação é o que realmente transforma.

Marcelo Vinicius, 17 anos, representante do movimento estudantil

A ex-aluna do Gisno, Sarah Emanuele, de 17 anos, defendeu que a postura das escolas no DF deve mudar. “Somos contra a reforma do ensino médio, a PEC 241. Queremos uma escola pública que acolha gente de todas as classes. Fale de racismo, homofobia, transfobia”. Os representantes do movimento disseram que a ocupação é apenas uma forma de luta e, caso tenham que sair da escola, reinventarão outra maneira de continuar.

Os alunos disseram que ontem à noite sofreram ameaças dos movimentos contrários à ocupação, que jogaram coquetel molotov nas instalações do Gisno. Contaram que a polícia chegou quando os invasores já tinham depredado a escola. A PM, por sua vez, informa que está negociando a desocupação em separado, com as lideranças de cada escola.

Nesta terça (1), a Justiça determinou a desocupação de todas as escolas do Distrito Federal, autorizando a Polícia Militar a usar uma série de medidas contra estudantes, como a suspensão do fornecimento de água, luz e gás; restrição ao acesso da família e de amigos; além de “instrumentos sonoros contínuos, direcionados ao local da ocupação, para impedir o período de sono”.

As ações independem da presença de pessoas com menos de 18 anos nas instituições de ensino. “Autorizo expressamente que a Polícia Militar utilize meio de restrição à habitabilidade do imóvel, tal como suspender o fornecimento de água, energia e gás, restringir o acesso de terceiros, em especial parentes e conhecidos dos ocupantes”, determinou o juiz Alex Costa de Oliveira, da Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT),

Na UnB, além da reitoria, os estudantes ocupam áreas como a administração, a Faculdade de Comunicação (FAC) e o Bloco de Salas de Aula Sul (BSA).

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