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Dois irmãos e uma fatalidade. Davi e Matheus precisam da sua ajuda

Meninos foram atingidos pelas chamas ao tentarem apagar incêndio em lote vazio. O mais novo, Davizinho, teve 70% do corpo queimado

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Com a coragem de super-heróis e a inocência de criança, três meninos não imaginavam o perigo que corriam ao tentar apagar um incêndio no lote vazio da vizinha. Ao perceberem as chamas se espalhando em um monte de lixo, correram para impedir que avançassem. Dois deles se queimaram gravemente. Davi, de apenas 2 anos e 11 meses, teve 70% do corpo atingido pelo fogo e precisa de ajuda.

Ao escutar os gritos de Matheus, de 6 anos, a mãe entrou em desespero. “Ele estava com o corpo em chamas. Fui buscar os documentos dele para ir a um hospital e uma vizinha trouxe o Davi todo queimado”, contou a dona de casa Fabiane Rodrigues Leite, 24 anos, emocionada.

Segundo testemunhas, um dos meninos, mais velho que os irmãos, jogou uma lata de tíner achando que o líquido fosse debelar as chamas. Pelo contrário. O fogo aumentou e atingiu Davi e Matheus, que teve 15% do corpo queimado. Com a ajuda de conhecidos, Fabiane levou os meninos para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), unidade do Distrito Federal que é referência no tratamento de queimados.

A mãe teve de rodar 50km para buscar socorro para os filhos, já que mora em Águas Lindas, município goiano que fica no Entorno do DF. Matheus ficou 22 dias internado. Davi, ou Davizinho, como é chamado, precisou ficar quatro meses hospitalizado no Hran e no Hospital Materno-Infantil (Hmib), na Asa Sul. Teve alta nesta sexta-feira (21/7), na unidade da Asa Norte. Mas o seu drama está longe de terminar.

Davizinho já passou por 11 cirurgias de reparação. Teve de tirar pele até do couro cabeludo. Apenas o rostinho não foi atingido pelas chamas. Os médicos disseram que ele terá de fazer tratamento pelo resto da vida.

A história do menino comoveu os funcionários do Hran, que criaram uma campanha para ajudar a família de Davizinho. Fabiane é mãe de cinco filhos. Mora em uma região carente, sem recursos para tratamento do menino, que terá de retornar ao hospital do DF três vezes por semana.

A renda da família é de menos de um salário mínimo. O marido de Fabiane trabalha como ajudante de pedreiro. Eles moram de aluguel e contam também com uma pequena quantia que o pai de Davizinho dá por mês. A dona de casa não sabe como vai fazer a partir de agora.

“Ele não pode pegar sol, então não tenho como trazê-lo de ônibus. Precisamos de ajuda para abastecer o carro do meu pai para vir ao Hran trocar os curativos três vezes por semana”, ressaltou Fabiane.

 

Confira fotos de Davi: 

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Doações
A campanha dos funcionários do Hran para ajudar o menino se espalhou pelas redes sociais. Pessoas de todo o Distrito Federal estão se mobilizando em prol da família. A Unidade de Queimados do hospital já recebeu alimentos, roupas, um colchão, entre outros produtos.

O enfermeiro Alfredo Borges ficou comovido com a solidariedade das pessoas. Os funcionários do ambulatório do hospital, por exemplo, se cotizaram e compraram um carrinho de bebê para o menino. “A mãe pediu o carrinho para ter mobilidade com o Davizinho. Ele consegue andar, mesmo com os curativos, mas não pode pegar sol”, disse Alfredo, que criou a campanha.

Segundo o enfermeiro, o garoto precisa de uma alimentação saudável e evitar, por exemplo, produtos enlatados. Quem quiser ajudar também pode doar fraldas “G” ou “Extra G” infantil e materiais para higiene pessoal, leite, roupas, agasalhos e auxílio financeiro (será monitorado pelo serviço social do Hran) para os retornos da criança ao hospital.

A história de Matheus e Davizinho serve de alerta para os pais. Os acidentes domésticos são a maior causa de morte de crianças com menos de nove anos em Brasília. Segundo um levantamento do Ministério da Saúde divulgado no ano passado, os sufocamentos representavam 40% das ocorrências; os afogamentos, 26%; as queimaduras, 14%; e as quedas, 7%.

Mesmo com a pele toda queimada, enfaixado, Davizinho não perde a doçura. Nesta sexta, ao ser abordado pela reportagem no quarto onde ainda permanecia no Hran, ficou tímido, mas se mostrava feliz porque iria voltar para casa. E no melhor estilo: vestido com a roupinha do Superman e o sapato do Homem Aranha, que já vieram como doações.

 

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Ajude
Quem quiser ajudar a família de Davizinho deve procurar a Unidade de Queimados do Hran, que fica no Setor Hospitalar Norte, Quadra 1, da Asa Norte, das 8h às 20h, ou entrar em contato pelo telefone (61) 3325-4220.

 

 

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