A busca por alas pediátricas de emergência da rede pública aumentou, em média, 80% neste mês de março. As taxas de ocupação e de internação nos hospitais também cresceram, ficando acima de 100% nesta época do ano, que é conhecida como período de sazonalidade de doenças respiratórias. Os dados permanecem altos até meados de junho. As informações são da Secretaria de Saúde.
De acordo com a pasta, em quase 40% dos casos, as crianças chegam em estado grave no pronto-socorro. A orientação é que os pais levem as crianças em situação menos grave para as unidades básicas de saúde, para que sejam acolhidos por lá. Segundo a coordenadora da Atenção Primária da Secretaria de Saúde, Ramá Celani, as unidades básicas atendem os casos de pacientes com dor de cabeça, dores no corpo, gripe, resfriado, febre entre outros. “As UBS estão capacitadas para atender sintomas que não necessitam de atendimento urgente de nível hospitalar”.
A situação não é crítica apenas nas portas dos hospitais. Pelo painel InfoSaúde disponibilizado pela secretaria, as UTIs pediátricas registram 96,6% de taxa de ocupação. Em 91% dos casos, o tempo de recuperação é de até 15 dias. Os dados são atualizados pela secretaria a cada quatro horas das 6 às 18 horas.
Questionada, a Secretaria de Saúde informou que tem trabalhado para atender a sazonalidade do período, com a ampliação de leitos. Em nota, a pasta informou que foram ampliados dois leitos na UTI pediátrica no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), passando de 14 para 16.
A secretaria acrescentou que são 28 leitos no Hospital da Criança de Brasília (HCB) e houve uma ampliação com 20 leitos. Desses ampliados, apenas seis estão em funcionamento. “Os demais estarão disponíveis nos próximos dez dias”.
De acordo com a pasta, há ainda 10 leitos no Hospital de Base, cinco no Hospital Regional de Taguatinga e outros cinco na rede privada.
Cuidados
A diretora do HMIB, pediatra Marina da Silveira Araújo, orientou que os pais evitem levar os filhos às escolas e creches quando estiverem doentes, mesmo que aparentando apenas resfriados. “Assim reduz a contaminação de outras crianças”.
Também é recomendado que as crianças do grupo de risco (bebês prematuros, cardiopatas e menores de dois anos) não frequentem locais aglomerados e fechados, como shoppings e mercados.
A pediatra indica que mães que estiverem amamentando e estiverem com algum sintoma de doença respiratória usem máscara ao fornecer o leite para o bebê.