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Distrital aciona MP contra André Valadão por discurso homofóbico: “Fala odiosa”

Fábio Felix (Psol) representou contra fala do pastor André Valadão, que fez ataques e incitou violência à comunidade LGBTQIA+

atualizado

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O Pastor André Valadão está vestido de preto e mostra um documento em sua mão. Ele é branco, tem cabelo preto e utiliza roupas pretas - Metrópoles
1 de 1 O Pastor André Valadão está vestido de preto e mostra um documento em sua mão. Ele é branco, tem cabelo preto e utiliza roupas pretas - Metrópoles - Foto: Redes sociais/Reprodução

O deputado distrital Fábio Felix (Psol) apresentou uma representação ao Ministério Público (MP) contra André Valadão pela fala em que incita fiéis a matarem pessoas LGBTQIA+. Durante transmissão intitulada “teoria da conspiração”, feita pela Igreja da Lagoinha, em Orlando, nos Estados Unidos, o pastor sugeriu que os fiéis matassem pessoas da comunidade LGBTQIA+.

“Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais”, afirma o pastor. “Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês”, disse ele em um trecho da pregação, repleta de falas homofóbicas. Veja o vídeo aqui. 

No documento enviado à Procuradoria da República, Felix afirma que “é nítida a intenção de caracterizar a população LGBTQIA+ como potenciais criminosos que se associam para promover a exploração sexual e abuso de crianças, com a finalidade de criar pânicos e mobilizar a população que se identifica com o segmento religioso de que o representado reivindica ser parte”.

“Verifica-se a nítida intenção de promover e estimular ataques à população LGBTQIA+, na medida em que, pelo fato de serem garantidos direitos a essa população, teria havido um abandono social das leis divinas, cuja observância não poderia ser garantida pelas próprias entidades religiosas. Caberia, assim, aos próprios fieis se engajar em confronto direto com a população LGBTQIA+: ‘Está com você, vamo pra cima’, diz a liderança religiosa”, acrescentou.

No documento, o distrital pede ao Ministério Público que instaure “procedimento para apurar a responsabilidade penal de André Valadão pela prática do crime de homofobia e transfobia e a responsabilidade civil de reparar o dano coletivo dela decorrente”. Ele também quer que a entidade que promoveu o evento seja responsabilizada. Além disso, ele requer que o vídeo da pregação seja retirado das redes.

“É nítido, assim, que o discurso proferido por André Valadão não se caracteriza como discurso religioso, na medida em que não promoveu convicções religiosas, mas prega a moralidade convencional como bandeira política, de modo a rebaixar todas as pessoas que se identificam, ainda que remotamente, com a comunidade LGBTQI+.”

MPF

Antes da representação de Felix, o Ministério Público Federal (MPF) já decidiu abrir investigação para apurar possível prática de homofobia por parte do pastor. O procedimento será conduzido pelo procurador-regional dos Direitos Humanos do Acre, Lucas Costa.

Ainda na segunda-feira, a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) apresentou nova denúncia contra o pastor ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

Em junho, mês do Orgulho LGBTQIA+, ela já havia denunciado André Valadão pelo crime de homofobia pela realização de um culto chamado “Deus Odeia o Orgulho”. A nova denúncia deverá ser investigada dentro do inquérito já aberto pelo MPMG.

Revolta

As falas de Valadão geraram revolta e pedidos de prisão para Valadão. “As vezes eu acho q ele tá forçando a barra pra ser preso, ou processador, e dizer: ‘Viu, querem acabar com o cristianismo, estamos sendo perseguidos, vejam vejam!'”, opinou um internauta.

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“Sou evangélico e repúdio totalmente as afirmações desse ‘pastor’. Isso é um desconhecimento, no mínimo, profundo das sagradas escrituras. Gente, ignorem esse ser. Jesus é misericordioso e acolhe a todos nós, independente da sexualidade. Comunidade LGBTQIA+ merece respeito”, declarou outro.

A ascensão do bolsonarismo catalisou o dogma religioso no debate público. Esse é André Valadão, um fundamentalista religioso, que se sente livre para, abertamente, incitar seguidores a matarem lgbts. Não é um “caso isolado”. Temos uma espécie de teocracia miliciana se formando”, opinou o jornalista César Calejon.

De novo!

Essa não é a primeira vez que o pastor é acusado de incitar o ódio contra a população LGBTQIA+. Em junho, durante um culto na mesma igreja em Orlando, por exemplo, ele comparou gays a criminosos. A deputada federal Erika Hilton protocolou uma denúncia contra André Valadão no Ministério Público de Minas Gerais por crime de homotransfobia.

Voltou atrás

André Valadão tentou explicar suas declarações em outro vídeo, no qual disse ter sido mal interpretado.

“Nunca será sobre matar, segregar, mas será sim sobre resetar, levar de volta à essência, ao princípio. Sim, cabe ao que crê em Jesus levar a mensagem do recomeço, reset, reinício, nascer de novo e viver não mais para si, mas para Deus e suas leis”, disse.

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