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Diplomas falsos: alunos tiveram prejuízo de cerca de R$ 10 mil

Instituto é acusado de expedir documentos falsos e se tornou alvo de operação da PCDF. Vítimas são estudantes de baixa renda

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Um instituto acusado de fornecer diplomas falsos para alunos de educação física foi alvo de uma operação da Polícia Civil do DF, deflagrada na manhã desta terça-feira (2/10). A PCDF cumpriu sete mandados de busca e apreensão em Taguatinga, Brazlândia, Águas Lindas e Valparaíso (GO), no Entorno do DF.

De acordo com as investigações da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf), os alunos não tinham conhecimento do golpe que teria sido aplicado pelo Instituto Axioma. Pelo menos quatro pessoas teriam sido enganadas. Mas, a partir de agora, a PCDF vai apurar se mais estudantes, a maioria de baixa renda, também se tornaram vítimas.

Segundo informações da Corf, os estudantes frequentavam, por três anos e meio, o curso de educação física. Participavam de aulas presenciais aos sábados. Pagavam entre R$ 300 e R$ 400 mensalmente ao instituto, ou seja, podem ter tido prejuízo de cerca de R$ 10 mil. Eles só descobriam o suposto esquema no momento em que iam tirar o registro profissional.

O Conselho Regional de Educação Física do Distrito Federal (Cref) notou a grande quantidade de diplomas falsos vindos do mesmo instituto e acionou a Corf. O Axioma alegava aos seus alunos que tinha convênio com universidades credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC) e fornecia o documento falso contendo nomes dessas instituições, que, segundo a polícia, não participam da fraude.

Em um dos casos investigados, um aluno levou o diploma ao Cref para tirar o registro, mas o Conselho informou ao aluno que havia suspeita de fraude. A vítima voltou ao instituto e contou o ocorrido para a diretoria. A gestora forneceu novo documento, que também seria falsificado.

Além das sedes do Axioma, a Polícia Civil fez buscas nas casas de três empresários alvos da operação. Os responsáveis pela instituição não foram localizados pelo Metrópoles até a última atualização desta reportagem.

Três proprietários do instituto vão ser investigados por falsificação de documentos, estelionato e associação criminosa. Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, a Polícia Civil apreendeu R$ 11 mil em espécie, cheques e diplomas. O instituto tem unidades em Taguatinga, Samambaia, Brazlândia, Águas Lindas (GO) e Valparaíso (GO).

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O nome da operação – Sofista – faz referência a pensadores gregos que comercializavam “falso saber”. “O alerta é para as pessoas optarem por instituições credenciadas pelo MEC e desconfiarem de valores abaixo do mercado. Os alunos foram enganados”, ressaltou Wisllei Salomão, chefe da Corf.

Nota do MEC
Em nota, o MEC afirma que o Instituto Axioma não é instituição de educação superior (IES) credenciada da pasta. Disse ainda que vai solicitar às instâncias responsáveis a averiguação dos fatos. A entidade pode ter a interrupção imediata das atividades e ser responsabilizada civil e penalmente.

“Caso a entidade citada possua pedido de credenciamento em tramitação junto ao MEC, será instaurado processo administrativo de supervisão em rito sumário e, se confirmada a irregularidade, o MEC arquivará os processos regulatórios protocolados pela entidade e sua mantenedora ficará impedida de protocolar novos processos de credenciamento pelo prazo de dois anos, contato da data de publicação da decisão”, destacou o MEC.

Colaborou Douglas Carvalho

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