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DF tem 171 garis com Covid-19 e 167 demitidos. Categoria teme sobrecarga

Segundo Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza Urbana (Sindlurb), os demitidos são integrantes do grupo de risco do novo coronavírus

atualizado

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Hugo Barreto / Metrópoles
Brasília (DF), 28/12/2017 O trabalho dos garis do SLU no recolhimento do lixo Local: Brasilia Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 28/12/2017 O trabalho dos garis do SLU no recolhimento do lixo Local: Brasilia Foto: Hugo Barreto/Metrópoles - Foto: Hugo Barreto / Metrópoles

Expostos aos riscos de contágio pelo novo coronavírus desde que a pandemia se instalou na capital do país, garis do Distrito Federal contabilizam 171 casos confirmados de Covid-19 entre colaboradores da categoria. Essencial, a atividade se manteve em pleno funcionamento mesmo diante das medidas de controle ao avanço da doença impostas pelo Governo do DF.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza Urbana (Sindlurb), toda semana, de oito a 15 garis são afastados após apresentarem sintomas da Covid-19.

Mesmo assim, a entidade defende a manutenção da atividade durante o período de enfrentamento à doença. “A categoria entende que a limpeza urbana é um serviço essencial para a população e que não há a possibilidade de parar por completo”, afirmou o presidente do Sindlurb, José Cláudio de Oliveira.

Ameaçados pela Covid-19 e pelo desemprego

Ao mesmo tempo que vê o aumento do total de profissionais infectados, a categoria tem sofrido com grande desligamento de funcionários em plena crise sanitária. Atualmente, três companhias prestam os serviço de limpeza urbana no DF.

Ao todo, 167 garis perderam seus empregos ao longo da pandemia, sendo 112 trabalhadores da mesma empresa, a Valor Ambiental. Outros 55 funcionários da Sustentare também foram dispensados.

O sindicato denuncia que os demitidos pertencem ao grupo de risco da Covid-19. “Desde o início da pandemia, o sindicato tem se mobilizado para que a categoria não seja prejudicada. Os garis do grupo de risco acabaram demitidos nesse período e, no momento, a preocupação do sindicato é para que haja uma ampliação do quadro de funcionários”, explicou Oliveira.

Com empregados afastados pela doença e trabalhadores demitidos, a entidade teme, agora, uma sobrecarga da operação.

“Uma solução para isso seria a recontratação dos demitidos no processo de transição, que o Governo do DF promete desde outubro do ano passado”, disse o sindicalista.

Segundo a entidade, não há nenhuma iniciativa voltada para testagem em massa dos colaboradores, que acabam à mercê dos planos de saúde. “Assim que apresentam os sintomas, eles são afastados e encaminhados para fazer o teste”, assegurou o presidente do Sindlurb.

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População pode ajudar

Ao Metrópoles, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) afirmou que as empresas contratadas são obrigadas a enviar boletins semanais com o número de casos registrados entre os funcionários.

Em nota, a SLU disse lamentar a situação dos trabalhadores e pede que a população ajude a minimizar os danos aos garis.

“É importante reforçar que a população acondicione os resíduos de forma correta, reforçando o descarte em dois sacos reforçados, preenchendo apenas 2/3 da sua capacidade total. Para quem tem caso confirmado em casa, além de borrifar a mistura de água sanitária e água no exterior do saco de lixo, colocar um aviso por fora do saco para que os garis redobrem os cuidados no manuseio”, diz o texto.

Para reduzir os riscos de contágio, a SLU adotou um procolo de segurança específico que deve ser cumprido durante a atividade. As medidas incluem o afastamento de trabalhadores do grupo de risco, uso de máscaras e álcool em gel, monitoramento de temperatura antes e depois do trabalho, higienização dos ônibus que transportam os garis e toda a frota de veículos utilizada nos serviços, além de higienização dos sanitários de uso dos empregados.

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