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Dengue: moradores da Colina da UnB denunciam explosão de casos na área

Unidades funcionais da UnB estão próximas a prédios abandonados com mato alto e a acampamentos que acumulam focos do Aedes aegypti na região

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
Colina UnB
1 de 1 Colina UnB - Foto: <p>Hugo Barreto/Metrópoles<br /> @hugobarretophoto</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div> </p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-2"></div></div></p>

Professores, servidores e estudantes da  Universidade de Brasília (UnB) que moram nos imóveis funcionais da área conhecida como Colina denunciam uma explosão de casos de dengue na área. O acúmulo de mato próximo a prédios abandonados e entulhos em acampamentos perto do bairro residencial tem preocupado moradores. Para algumas pessoas que contraíram a doença, a situação desses espaços contribui para o aumento de casos.

O Metrópoles percorreu a região nessa terça-feira (5/12) e constatou o cenário divulgado pelos denunciantes. Moradora do Bloco H da Colina, a professora Larissa Grandi, 52 anos, comentou que, nos últimos 15 dias, ela, o marido, e os dois filhos, de 16 e 10 anos, tiveram dengue. “A situação de momento é de muito mosquito. Fizemos várias denúncias no [telefone] 160 e nada [de resultado]. Nenhuma ação”, criticou.

Larissa relatou ter descoberto casos semelhantes no prédio onde mora. “Meu vizinho parou de estacionar na garagem em função dos mosquitos. Ele tem dois filhos pequenos e, enquanto os colocava nas cadeirinhas, eram todos devorados [pelos insetos]”, acrescentou a professora.

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Um porteiro da região contou que, com a volta do período de chuvas, redobrou os cuidados com ralos e canos do prédio onde trabalha, para evitar que o acúmulo de água. “Realmente, há dezenas de casos [na área]. Estou aqui há 30 anos e nunca tinha sido dessa maneira, com uma explosão na Colina inteira. São 11 prédios no total e, em todos, há registro de pessoas que pegaram [a doença]”, comentou o funcionário que trabalha em um dos edifícios e preferiu não se identificar.

Na opinião dele, um acampamento no fim da L3 Norte onde vivem catadores de recicláveis, além de imóveis abandonados nas proximidades da Colina, como o do antigo Clube do Servidor, favorecem a proliferação do inseto que ameaça a saúde pública. “Encontramos muito mosquito por aqui. Esse período de calor intenso também contribui para [haver] maior quantidade do Aedes aegypti“, completou.

Outro morador ouvido pela reportagem reclamou de espaços onde carroceiros jogam entulho todos os dias. “O foco [para mosquitos] nesse lugar é grande. Há muitos pneus, e as pessoas depositam lixo o tempo inteiro. Nós recorremos ao poder público e, por diversas vezes, fizemos queixas. Até quando vamos ter de esperar para que algo seja feito?”, desabafou.

Casos no Distrito Federal

Em 2023, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) contabilizou mais de 41,7 mil casos suspeitos de dengue, dos quais 30.643 (73%) eram considerados prováveis. Desses, quase 95% são de moradores da capital do país.

Dados do Boletim Epidemiológico mais recente divulgado pela pasta revelaram, porém, que o total de casos prováveis em residentes do DF teve queda de 57% se comparado ao mesmo período de 2022, quando houve 67.415 registros.

Em 17 de novembro, a brasiliense Pietra Isaac, 7 anos, morreu vítima de complicações causadas por uma dengue hemorrágica. A criança foi a segunda paciente a morrer neste ano, no Distrito Federal, por causa da doença.

Menina de 7 anos contrai dengue hemorrágica e morre em hospital do DF

Vistoria

Ao Metrópoles a SES-DF informou que o Núcleo de Vigilância Ambiental da Asa Norte tem feito inspeções na UnB e nos blocos da Nova Colina desde 21 de novembro. Nessa segunda-feira (4/12), o órgão vistoriou novamente os 11 blocos do bairro, a fim de avaliar se os moradores acataram as orientações da equipe técnica, que identificou diversos focos do mosquito Aedes aegypti na área, bem como a presença de larvas do inseto.

“A Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS) reforça que o trabalho de prevenção e combate ao Aedes aegypti necessita da participação popular. Todos os dias, agentes da vigilância ambiental estão nas ruas realizando inspeções nos imóveis do DF, mas é necessário que a população colabore e atenda às orientações repassadas pelos profissionais”, destacou a secretaria.

O ovo do mosquito pode resistir por até 400 dias em local seco e, ao primeiro contato com água, pode eclodir. “Em até sete dias, tem-se o mosquito adulto. Então, é importante o apoio da população para vistoriar, ao menos uma vez por semana, o próprio quintal e retirar tudo o que possa acumular água, como potes, vasos de plantas, brinquedos de crianças. Até mesmo uma tampinha de garrafa pode ser um local para criadouro do mosquito. Dentro de casa, é importante verificar também as pingadeiras do bebedouro e o degelo atrás das geladeiras”, orientou a pasta.

A SES-DF comunicou que, caso a população precise acionar a vigilância ambiental para uma vistoria, basta ligar na Ouvidoria direta da Secretaria de Saúde, pelo telefone 160, ou entrar no site da Ouvidoria Geral.

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