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Coronavírus: chineses de feira no DF enviam R$ 100 mil a parentes

Orientais que residem na capital do país também compraram 200 mil máscaras a fim de enviá-las para a China, epicentro da doença

atualizado

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Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
Chineses falam sobre o coronavirus
1 de 1 Chineses falam sobre o coronavirus - Foto: Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Chineses que moram no Distrito Federal estão apreensivos. Com a epidemia do novo coronavírus no país natal, eles passam o dia na internet em busca de informações sobre o avanço da doença em cidades onde residem amigos e familiares. Mesmo do outro lado do mundo, um grupo se mobilizou para ajudar.

Na Feira dos Importados, local de trabalho de, pelo menos, 300 chineses, uma vaquinha conseguiu arrecadar cerca de R$ 100 mil. O dinheiro será enviado para auxiliar pessoas que estão em localidades como Wuhan, epicentro do coronavírus. Os chineses do DF ainda compraram 200 mil máscaras de proteção – que também serão enviadas para a China.

O Metrópoles visitou o empreendimento situado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e constatou a aflição dos orientais. Chai Zhao, 32 anos, por exemplo, se comunica diariamente com o marido, que está no interior do país asiático. Por esse motivo, a mulher afirma se sentir um pouco mais tranquila. “Como fica no interior, é menos poluído. Mesmo assim, ele está sempre de máscara”, relata.

O homem, que está na província de Qingtian, sudeste da China, vai ter de esperar a onda de contaminação passar para poder comprar passagens de volta a Brasília. “Acho que vai demorar um pouco ainda. O controle está muito amplo e o melhor é ele ficar por lá neste momento”, pontua.

Outro chinês da mesma província é Suwei, 48. Apesar de não visitar a terra natal há quase três décadas, ele se solidariza com os conterrâneos. “Na minha cidade, houve apenas um caso suspeito. Ainda assim, esvaziaram um prédio com 185 pessoas”, comenta.

O comerciante afirma que a China está tratando o problema com muita seriedade e que a epidemia enfrentada pelo país entre os anos de 2002 e 2003, a da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), serviu de aprendizado. “A gente já sabe como fazer. Basta uma suspeita e a pessoa fica isolada. Todos usam máscaras e evitam sair de casa”, diz.

Solidariedade

Suwei conta ainda que todos os chineses donos de boxes na Feira dos Importados, independentemente de ter conhecidos em situação de contágio, se mobilizaram no sentido de ajudar a população do país natal.

As máscaras são especificamente uma preocupação. Devido ao fato de elas terem de ser trocadas a cada quatro horas, a necessidade de estocar o item é grande. “Já acabou por lá, não tem mais. Muitos estão usando a mesma por vários dias, só passando álcool”, lamenta.

Com o aumento da demanda, o preço das máscaras disparou. Conforme frisa Suwei, ele pagava cerca de R$ 70 em um pacote de 20 unidades até o mês passado. Uma busca rápida na internet, no entanto, mostra que não é possível encontrar a mesma quantidade por menos de R$ 300. “As pessoas não deveriam querer lucrar tanto em cima de um caso como esse. É uma necessidade enorme”, reclama.

Li Xi Xiang, 32, é outro que colaborou com as doações. Apesar de dizer que a família está segura na província de Zhejiang, ele quer ajudar de alguma forma. “Fico preocupado com minha filha e minha mãe. As pessoas não estão saindo na rua, sequer comem juntos. É cada um em sua casa, mas quero dar uma força”, salienta.

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Sem risco na feira

O presidente da Cooperativa de Produção e Compra em Comum dos Empreendedores da Feira dos Importados do Distrito Federal (Cooperfim), Damião Leite Soares, diz que não há motivo para preocupação no local. Entre 5% e 10% dos donos de boxes são chineses. “Eles estão cientes do vírus e mais bem orientados do que os próprios brasileiros”, ressalta.

A preocupação de Damião, no entanto, é com os boatos. O dirigente da Cooperfim, inclusive, reforçou o post no Twitter em que a Secretaria de Saúde do DF desmente a informação de que haveria um chinês contaminado na feira. Confira:

O que diz o Governo

Procurada, a Secretaria de Saúde assinalou que “as áreas de Assistência e Vigilância estão estruturando a rede para atendimento aos possíveis casos suspeitos do coronavírus” e que o “Hospital Regional da Asa Norte (Hran) é a unidade habilitada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para os eventos de sentinela”.

Inclusive foi ratificado que, até o momento, o Distrito Federal não tem caso suspeito da doença. Pontuou ainda que se houver identificação nesse sentido, os órgãos competentes serão notificados imediatamente.

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