Conheça os heróis que salvaram a vida de um bebê no DF dado como morto
Mulher não sabia que estava grávida, deu à luz à criança e achou que ela estava morta. Graças à atuação dos militares, a menina está viva
atualizado
Compartilhar notícia
Em 30 anos de profissão, o sargento Ricardo Barreiro viveu uma experiência “indescritível”, nas suas próprias palavras, na noite de sexta-feira (17/2). Chefe da equipe dos bombeiros, ele foi acionado para atender a uma ocorrência em Ceilândia. A notícia era que uma mulher teria abortado.
Isabel Cristina Dias, 38 anos, estava grávida e não sabia. Entre os motivos, o fato de estar um pouco acima do peso e também ter ficado menstruada em novembro. Isabel teve cólicas abdominais e tomou uma medicação para a dor passar. Logo depois, entrou em trabalho de parto, para sua surpresa.
Quando Barreiro chegou à casa de Isabel, na QNO 19, o bebê estava enrolado em um pano, com a placenta e o cordão umbilical. Ao contrário do que foi informado anteriormente, o militar não fez o parto.
A família informou aos militares que a criança estava morta. O bebê não respondia aos estímulos tanto dos familiares quanto dos socorristas. A situação deixou os moradores assustados. A experiência do sargento Barreiro fez a diferença. Ele aspirou as vias aéreas do bebê, clipou o cordão umbilical e o aqueceu. Por fim, fez massagem nas costas da menina.
No momento em que a criança chorou, a emoção tomou conta do ambiente. “Temos que engolir o choro. Atrás dessa farda tem um coração que bate. Sangue pulsando nas veias. Mas a sensação de ontem foi indescritível”, disse o sargento.Ele disse que a família também se emocionou. “Eles não sabiam da gravidez. Então, quando iniciamos os procedimentos, começaram a desejar aquela criança e a queriam viva”, destacou o militar. Pelos cálculos da mãe, a menina, que nasceu perfeita, tem aproximadamente cinco meses.
“O mínimo que desejamos é que ela (a menina) tenha muita saúde. A nossa sugestão é que receba o nome de Vitória”, disse Hely da Costa, o militar que dirigia a viatura. José Igor, o outro bombeiro que participou da ocorrência, deu apoio psicológico a Isabel.
Mãe e filha estão no Hospital Regional de Ceilândia, mas ainda não puderam receber a visita dos militares heróis que salvaram a vida da pequena.
Homenagem
Ao chegar em casa, no município de Girassol, em Goiás, o sargento Barreiro foi recebido pelos três filhos pequenos. Eles fizeram um cartaz com a frase “meu pai é um herói”.
Thayrane Barreiro, 24 anos, uma das filhas do sargento está grávida e conta que ainda não se acostumou com a possível aposentadoria do pai. O militar já recusou propostas de atuar no setor administrativo da corporação por alegar que ama a função de combatente, de salvar vidas. “Sou muito orgulhosa de ter ele como pai. Sempre foi o meu herói. Somos uma pequena parcela da população com sorte de tê-lo em casa”, disse.