metropoles.com

Comércio do DF amarga queda de 70% no faturamento com coronavírus

BRB vai liberar R$ 1 bilhão para ajudar o setor produtivo. Empresários pediram liberação do FGTS e autorização para férias coletivas

atualizado

Compartilhar notícia

Felipe Menezes/Metropoles
060117 FM Bares para Visitar no Guara – Maloca 002-min
1 de 1 060117 FM Bares para Visitar no Guara – Maloca 002-min - Foto: Felipe Menezes/Metropoles

O impacto do coronavírus na economia local é imediato. Segundo levantamento do Sebrae, restaurantes e shoppings tiveram queda de 70% no faturamento durante o fim de semana passado (entre 13/03 e 15/03). E há outros números que preocupam muito o setor produtivo.

O serviço de delivery, por exemplo, apresentou queda de 15%. O segmento de eventos também está em situação crítica. Desde a última quinta-feira (12/03), diversas medidas vêm sendo tomadas para diminuir a transmissão do Covid-19, como o fechamento de academias e museus.

Restaurantes e bares foram orientados a adotar medidas para evitar o contágio e começaram a ver os lucros despencarem.

Segundo o presidente do Sebrae-DF, Valdir Oliveira, no último fim de semana, restaurantes e shoppings amargaram prejuízo de 70% no faturamento.

“Fiquei muito preocupado com o delivery: eles tiveram queda 15%. Essa crise afeta mais negócios com fluxo de caixa curto, como a alimentação. Precisamos de respostas rápidas, senão esses estabelecimentos vão fechar”, alertou Oliveira.

Segundo empresários, os micro e pequenos empreendedores foram os mais atingidos. O cancelamento de um evento marcado para o fim de semana gerou prejuízo de R$ 380 mil para os organizadores.

Os empresários pediram ao Governo do Distrito Federal (GDF) ajuda para os setores de bares, restaurantes, hotéis, eventos e entretenimento. Os empreendedores solicitaram a postergação dos prazos de recolhimento do ICMS, ISS e IPTU. Pleitearam ainda a redução do ICMS de 18% para 17%. Também pediram liberação do saque do FGTS e autorização para férias coletivas antecipadas.

Crédito para o setor

Para diminuir o impacto do coronavírus na economia local, o Banco de Brasília (BRB) começará a liberar R$ 1 bilhão de crédito para o setor produtivo na quarta-feira (18/03).

Segundo o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, a liberação do crédito terá tempo de resposta de 72 horas. A taxa é de 0,80% ao mês, com 36 meses de amortização e 36 meses de carência.

A linha é exclusiva para filiados e associados da Fecomércio e da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF).

As medidas do GDF também são para evitar a transmissão do Covid-19. Nos próximos dias, será encaminhado projeto de lei com proposta de redução de 11% do ICMS para produtos como álcool em gel, álcool 70%, luvas, máscaras e hipoclorito de sódio.

A previsão é que o texto siga até a terça-feira (17/03) para a Câmara Legislativa. O Executivo local propõe a redução do imposto, que cairia dos atuais 18% para 7%. “Queremos assegurar que esses produtos fiquem mais acessíveis para a população”, afirmou o governador Ibaneis Rocha (MDB).

O mesmo decreto que proibiu eventos com aglomerações de mais de 100 pessoas também definiu que restaurantes e bares devem manter mesas com distância de dois metros entre elas.

Academias

O decreto também foi ampliado para academias. Por isso, empresários do ramo querem ir atrás do GDF para tentar evitar um prejuízo maior. O presidente do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região no Distrito Federal (CREF7), Patrick Aguiar, disse que a entidade apoia a medida, mas busca alternativas para os prejuízos financeiros e em relação à saúde da população.

“Não tem como discordar. A primeira coisa que precisamos é ter ciência de que as ações devem ser tomadas para preservar um bem maior, que é a saúde da população. Entretanto, também sabemos que a falta de atividade física diminui a imunidade das pessoas e isso causa preocupação”, argumentou.

Segundo Aguiar, a ideia é se reunir com o governo para buscar alternativas para que as pessoas não sejam prejudicadas. “Já pedimos uma reunião com o governador e aguardamos resposta para nos encontrarmos o mais breve possível”, afirmou. A boa notícia é que o crédito disponibilizado pelo BRB também poderá ser usado para o segmento das academias.

Compartilhar notícia