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Cobra fujona do Butantan vivia no mesmo lugar que Naja de Brasília

Filhote fugiu do Laboratório de Herpetologia, que fica dentro do Butantan, mesmo instituto que abriga a Naja do DF, atualmente no museu

atualizado

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Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
Naja de Brasília
1 de 1 Naja de Brasília - Foto: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução

O Instituto Butantan investiga o desaparecimento de um filhote de cobra naja do laboratório de pesquisas do local. A cobra é a segunda “fujona” que já ganhou destaque no noticiário nacional. A primeira, que ficou conhecida como a Naja de Brasília, também reside no instituto.

De acordo com o Butantan, não há nenhum parentesco nem proximidade entre as duas najas. Após virar celebridade nas redes sociais, a naja “brasiliense” é uma atração do Museu Biológico, aberto para visitação do público. Ela foi inclusive batizada de Nadja, e é chamada de “ícone” pelos funcionários.

Segundo a assessoria, “Nadja nunca se reproduziu no Butantan e não existe planos para tal”. O Butantan acrescentou que a serpente sumida ficava no Laboratório de Herpetologia, distante do Parque da Ciência, dos museus e da área de visitação. O local é apenas frequentado por profissionais e pesquisadores. A cobra está desaparecida há três semanas.

O instituto reforçou que há um plano de contingência para esses casos, que já foi acionado, e inclusive há apuração interna em andamento. “Câmeras foram checadas e não houve sinal dela fora do laboratório de herpetologia”.

A hipótese mais provável, segundo o instituto, é de que ela tenha entrado no ralo interno do laboratório, seguido para os encanamentos e morrido. “De qualquer forma, foram colocadas armadilhas no entorno. Mas nada foi localizado”.

O instituto reforça que possui soro contra o veneno da serpente.

Naja de Brasília

A fama da Naja de Brasília se deu após ela ter picado o estudante de veterinária Pedro Henrique Krambeck, em julho de 2020. O jovem chegou a ficar em coma por seis dias e a família de Pedro precisou importar dos Estados Unidos doses de soro antiofídico. A busca pelo antídoto — tão raro no Brasil quanto a presença desse tipo de serpente — mobilizou especialistas. As únicas doses disponíveis no país estavam no Instituto Butantan, em São Paulo, que enviou ao DF todo o estoque disponível para que fosse usado no tratamento do estudante.

Posteriormente, a polícia descobriu que o estudante criava clandestinamente em casa a cobra da espécie naja kaouthia. O jovem chegou a ser preso, mas acabou solto após os advogados da família conseguirem um habeas corpus.

Um dia após Pedro ter sido picado, o amigo do jovem Gabriel Ribeiro, também estudante de medicina, deixou a naja no estacionamento de um shopping no Distrito Federal. A serpente estava dentro de uma caixa de plástico, próximo a um barranco, nas redondezas do Pier 21, no Setor de Clubes Sul, e foi encontrada pela Polícia Militar do DF (PMDF).

Tráfico de animais

O episódio desencadeou uma investigação sobre tráfico de animais silvestres. Em agosto de 2020, a Polícia Civil do DF (PCDF) indiciou 11 pessoas por crimes ambientais. Pedro Henrique foi indiciado por tráfico de animais silvestres, associação criminosa e exercício ilegal da medicina veterinária.

A mãe do estudante, Rose Meire dos Santos Lehmkuhl, e o padrasto dele, o coronel da PMDF Eduardo Condi, também foram indiciados. O major Joaquim Elias Costa Paulino, comandante do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do DF, também acabou denunciado.

Em 5 de maio de 2023, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios condenou Pedro a 14 meses de detenção, mais 31 dias-multas. A mãe, o padrasto e o amigo, foram condenados a 1 ano e dois meses de reclusão.

Em 30 de maio, a defesa dos réus entrou com recursos. O caso segue em segredo de Justiça. O Metrópoles tentou contato com a defesa e aguarda resposta.

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