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Ex-executivo do Facebook ergue refúgio contra apocalipse tecnológico

Antonio Martínez largou o emprego no Vale do Silício e fugiu para uma ilha com a intenção de se proteger da automação

atualizado

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Arquivo Pessoal
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1 de 1 caos-tecnologico - Foto: Arquivo Pessoal

Preocupado com o futuro da humanidade frente ao feroz avanço da tecnologia, um ex-funcionário do Facebook decidiu largar o emprego no Vale do Silício, na Califórnia, e se mudar para uma ilha deserta na costa do estado de Washington, Estados Unidos.

Desde 2015, Antonio Garcia Martínez, de 40 anos, dedica grande parte de seu tempo a um terreno de cinco hectares longe da população. O motivo? Ele acredita que a sociedade está prestes a enfrentar um “apocalipse tecnológico”, conforme noticiou o site BBC.

“Dentro de 30 anos, metade da humanidade não terá trabalho. E a coisa pode ficar feia, pode haver uma revolução. É por isso que estou aqui”, explicou ao jornal britânico. O refúgio do norte-americano tem apenas uma barraca, um gerador de energia, um balde onde faz as necessidades e painéis solares não instalados. O acesso só é possível com o uso de veículo tracionado nas quatro rodas.

A principal causa do “apocalipse tecnológico” seria o avanço da automação e da inteligência artificial, que, segundo ele, fará com que empregos desapareçam em escala massiva. “Em São Francisco, eu vi como o mundo será daqui a cinco a dez anos. Você não pode acreditar que está vindo, mas está – e tem a forma de um caminhão que dispensa motorista”, afirma Martínez.

Ele não está sozinho na projeção da escassez de empregos. O pesquisador Carl Frey, da Universidade de Oxford, estima que 35% dos empregos do Reino Unido correm risco de desaparecer nos próximos 20 anos com a criação de robôs capazes de realizar as mesmas funções. O índice é ainda maior nos Estados Unidos, onde chega a 47%. Em países desenvolvidos, ultrapassa os 50%.

“Antes deixar meu filho mexer em uma arma do que em um smartphone ou tablet”, em tradução livre.

Martínez garante que outras pessoas no Vale do Silício estão tomando as mesmas precauções. O cofundador da rede social LinkedIn, Reid Hoffman, estima que quase metade dos bilionários da região têm algum tipo de “seguro contra o apocalipse”.

A carreira de Martínez começou no Vale do Silício ao fundar e vender uma empresa de anúncios on-line para o Twitter. Depois, foi contratado para trabalhar na empresa de Mark Zuckerberg. Hoje, divide seu tempo entre aprimorar a capacidade de defender seu alimento e sua propriedade com uma Colt AR-15, rifle semiautomático, e divulgar sua previsão sobre o fim dos tempos.

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