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Casa busca parcerias para oferecer saúde a trans e travestis em vulnerabilidade

Inspiração veio a partir da visita de uma médica ginecologista à Casa das Travestis, no Guará

atualizado

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1 de 1 bandeira trans - Foto: istock

A Casa das Travestis, projeto voltado para mulheres trans e travestis que tiveram quebra de vínculo familiar após a transição, busca parceria com profissionais de saúde para realizar atendimentos a essas pessoas em situação de vulnerabilidade.

“A ideia é procurar parcerias com faculdades de medicina e transformar em projeto de extensão”, explica a organizadora da proposta, Isis Gabriela Silva, 25 anos.

A inspiração veio a partir da visita de uma médica ginecologista à casa, ocorrida na terça-feira (20/7). A profissional de saúde prestou atendimento gratuito para as oito mulheres que estavam no local, solicitando exames e avaliando a saúde delas de maneira geral. “Queremos ampliar esse atendimento dentro da proposta”, relata Isis.

A organizadora pretende criar uma rede de apoio por meio da ajuda de profissionais dispostos a prestarem atendimentos médico e psicológico para as mulheres da Casa das Travestis. Para isso, conta, está disposta a fazer da própria residência um “ambulatório”.

O que é a Casa das Travestis

O projeto de Isis é pessoal e, como ela mesma explica, não se trata de uma organização não governamental (ONG). Além de ceder o próprio apartamento, no Guará, para moradia temporária de trans e travestis, ela ajuda o grupo com cestas básicas, vestuário e alimentação.

Isis estuda comunicação social na Universidade de Brasília (UnB) e, com o dinheiro do estágio, mantém o projeto de pé. “Uso meu salário do estágio, que é de R$ 1,2 mil, para manter a casa. Mas fica muito pesado, porque só o aluguel é R$ 1.150”, explica.

O objetivo da comunicadora é usar sua agência de comunicação, Las Monas, para manter a Casa das Travestis. A empresa é voltada à inclusão do público LGBTQIA+ no mercado de trabalho da comunicação e presta serviços de gerenciamento de mídia, marketing, design e produção de eventos. Isis ressalta que, desde que começou a divulgação do projeto, já conseguiu avanços: duas mulheres abrigadas pela casa conseguiram emprego.

“Dói não conseguir comprar um pão ou ter de escolher se almoça ou janta, porque você não tem condições. Toda vez é isso. A gente já ouviu que o problema é que não queremos trabalhar; já ouvi coisas do tipo: ‘por que vocês não se prostituem?’. Não queremos ser mais um corpo na prostituição. Por que esse é o único espaço que nos é oferecido? Eu sou capaz”, desabafa.

Como ajudar

Contribuições podem ser feitas por meio de um PIX para o número (61) 99973-3356, sobrenome Silva Souza. Depois de realizada a transferência, envie o comprovante para Isis no telefone (61) 9693-1402. Isis também agradece a participação de todos que colaboraram na última rifa realizada pela casa.

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