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Carta emocionante de menina de 7 anos mobiliza PM e moradores de Ceilândia

Sem saber escrever, Vitória pediu ajuda à irmã e contou dificuldades da família, que passava fome e não tinha dinheiro para fralda do bebê

atualizado

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Uma carta com um pedido de ajuda de uma menina de apenas 7 anos comoveu policiais militares de três batalhões (8º, 10º e 16º) e moradores de Ceilândia, além de outras regiões administrativas. Mesmo sem saber escrever e com a ajuda da irmã Juliana, Vitória tocou o coração de todos ao elencar as dificuldades pelas quais os pais e os sete irmãos estavam passando. Assim, conseguiu apoio de toda uma comunidade.

No sábado passado (4/7), Vitória e a irmã Juliana foram ao Comando de Policiamento Regional Oeste (2º CPRO), no Setor O, para entregar a mensagem aos policiais. Na carta, Vitória contou que os pais estavam desempregados, não havia alimentos em casa, não tinham lugar para dormir e faltavam fraldas para a irmã de apenas 1 mês. A mensagem sensibilizou os militares e o comandante regional, coronel Naime. Então, eles colocaram o documento nas redes sociais do 2º CPRO.

Logo, a carta da menina passou a ter um grande apelo e diversos moradores da região realizaram doações de vários itens para a família. Em apenas dois dias foram arrecadadas pelo menos 10 cestas básicas, sendo entregues à família de Vitória e a outras assistidas pela Polícia Militar de diversos lugares do DF.

“Meu papai está desempregado, minha mãe não trabalha, eu tenho sete irmãos e estou escrevendo para pedir ajuda de todos vocês com doações de roupas, alimentos e fraldas (para) minha irmãzinha de um mês. Estamos passando fome. Eu poderia estar pedindo brinquedo, mas não estou, porque estou vendo a dificuldade que minha família está passando. Não é fácil todos os dias acordar e não ter nada para comer. Pedir um copo de leite e não ter, pedir pão, biscoito e também não ter. Minha mãe chora todos os dias, porque não sabe o que fazer”, relata Vitória na carta.

Mobilização

Sensibilizadas, muitas pessoas foram diretamente à residência da família para entregar ajuda. Policiais e sociedade civil: todos se mobilizaram. “Eu ficava, às vezes, dentro do quarto porque não sabia o que fazer. Até que a Vitória e a Juliana foram lá levar essa carta. Com a ajuda, nós teremos o que comer”, conta Hilda Maria, mãe das meninas.

Ela conta que roupas, alimentos e até camas foram entregues pelos policiais e por outras pessoas que ajudaram. Ainda faltam roupas para Ester, a filha de 1 mês. Porém, a principal preocupação é arranjar um emprego para o marido, gesseiro e ajudante de obra.

“As coisas ficaram muito difíceis com essa pandemia. Está difícil conseguir um emprego e aí as coisas ficaram muito complicadas para a gente”, completa Hilda. “Se não fosse por ela (Vitória), não teríamos conseguido ajuda. Não temos família aqui. Então, a ajuda chegou em boa hora”.

Leia a carta: 

Carta emocionante de Vitória foi escrita com a ajuda da irmã e conta momento difícil vivido pela família

 

Os alimentos arrecadados pela corporação entre os policiais e os moradores do local foram entregues nesta segunda-feira (6/7) pelos sargentos Aragão e R. Silva e a cobradora de ônibus Morgana.

“Colocamos nas redes sociais e as pessoas se mobilizaram para ajudar. A Polícia Militar está onde a população precisa, onde o povo grita, sofre, a PM está lá”, destaca o sargento R. Silva.

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