“Cansado de enterrar amigos”, diz colega de ciclista morto por ladrão

Amigos e conhecidos de Joelson Fernandes dos Santos, 38 anos, ciclista que foi atropelado e morto na quinta-feira (3/2), reuniram-se, no fim da manhã desta sexta-feira (4/2), na 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural), para protestar e buscar informações sobre a morte do companheiro de pedal.

Ao Metrópoles o servidor público Alan Clécio Queiroz Figueiredo, 34, recordou-se dos momentos vividos com Joelson. “Era um amigo extremamente feliz, pedalava há muitos anos. Era um cara que tinha uma energia muito positiva”, contou.

Confira imagens do carro que atropelou Joelson e do protesto:

carro que atropelou ciclista

Carro que atropelou Joelson Francisco Dutra/Metrópoles

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A parte frontal do veículo ficou destruída Francisco Dutra/Metrópoles

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Amigos se reuniram na delegacia Francisco Dutra/Metrópoles

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Grupo exige legislação mais rígida Francisco Dutra/Metrópoles

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Joelson morreu na Estrutural, durante a fuga de um ladrão que dirigia, em alta velocidade, um carro roubado. Identificado como Genival Pereira da Silva, 47 anos, ele não só atropelou o ciclista, como também bateu em outro automóvel. Na colisão, dois ocupantes do segundo veículo ficaram feridos.

Cerca de 20 pessoas estiveram na 8ª DP nesta manhã. Segundo o grupo, Joelson participou do enterro de outros três ciclistas, o último há cerca de cinco meses. Eles cobram maior rigidez na legislação para casos semelhantes.

“A gente tem que pôr um freio nisso, protestar, usar nosso direito de cidadão e exigir mudança na lei. Eu estou cansado de estar em manifestação, enterrando amigos”, afirmou Alan.

Joelson morava com a mãe, na Estrutural. Para ajudar a custear o sepultamento, os amigos se uniram em uma vaquinha. Além da doação, novos protestos estão previstos pelo grupo.

Ciclista acumulava troféus

Nas redes sociais, Joelson orgulhava-se das conquistas em provas de 100km pedalando e mais de 10km correndo. O atleta participava também de torneios que misturavam as duas modalidades.

DF: atropelado e morto por ladrão em fuga, ciclista acumulava troféus

Joelson tinha o ciclismo como paixão Instagram/Reprodução

DF: atropelado e morto por ladrão em fuga, ciclista acumulava troféus

Ele também corria Instagram/Reprodução

DF: atropelado e morto por ladrão em fuga, ciclista acumulava troféus

Nesta foto, ele conta que foi de bicicleta de Brasília até a Chapada dos Veadeiros (GO) Instagram/Reprodução

DF: atropelado e morto por ladrão em fuga, ciclista acumulava troféus

Foram vários troféus e medalhas acumulados Instagram/Reprodução

DF: atropelado e morto por ladrão em fuga, ciclista acumulava troféus

Joelson morreu atropelado na Estrutural Instagram/Reprodução

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A última foto postada por ele, há uma semana, recebeu vários comentários de amigos após a notícia do acidente.

“Eu não consigo acreditar ainda. Você se foi, se foi toda sua energia contagiante, sua alegria. Você foi um exemplo aqui na Terra, mano! Vá em paz, estará sempre em nossos corações”, diz uma das mensagens.

O acidente

O criminoso que atropelou o ciclista cumpria pena de 23 anos, já em regime semiaberto, no Centro de Progressão Penitenciária (CPP). Na ficha dele, há delitos diversos, como homicídio doloso, receptação, resistência e desobediência.

Segundo a delegada Jane Klebia, da 8ª DP (Estrutural), a dona do carro roubado não reconheceu Genival como responsável por tomar o automóvel dela. A mulher, uma médica, foi assaltada perto do Hospital Naval de Brasília, na 711/911 Sul.

À polícia a profissional da saúde detalhou que tinha acabado de estacionar o T-Cross quando, por volta das 7h, o bandido se aproximou e, simulando estar armado, pediu as chaves do automóvel. “Passa a chave e o sensor”, teria dito o criminoso.

Após o acidente na Estrutural, o bandido foi detido e levado à delegacia. Ele não sofreu nenhum ferimento. O motorista do Ônix envolvido na colisão apresentava dores no tórax e nos membros inferiores e, por isso, foi transportado para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). A passageira queixava-se de dor abdominal e no pescoço.

Durante o atendimento, a faixa de rolamento precisou ser interditada. O local ficou aos cuidados da PMDF, e a perícia foi acionada.