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Bombeiro que furtou viatura será assistido por psicólogos e religiosos

Equipe multidisciplinar da corporação vai prestar assistência ao militar, que está preso preventivamente na Papuda

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Preso preventivamente no 19º Batalhão da Polícia Militar, no Complexo Penitenciário da Papuda, o segundo-sargento do Corpo de Bombeiros (CBMDF) Fabrício Marcos de Araújo, 44 anos, será acompanhado por uma equipe multidisciplinar da corporação, composta por médicos, psicólogos e religiosos, que também prestará apoio aos familiares dele. Na madrugada de domingo (3/12), Araújo furtou uma viatura dos bombeiros e saiu em disparada rumo ao Congresso Nacional, com o propósito de explodir a sede do Poder Legislativo.

Na viatura furtada, um caminhão utilizado para apagar incêndios com capacidade para 3,5 mil litros de água, foram encontradas duas latas de cerveja. Araújo só parou após ter o veículo alvejado.

O militar se recusou a fazer teste do bafômetro. Como prevê a legislação de trânsito, ele passou por exames clínicos por volta das 5h de domingo. Na delegacia de polícia, foi solicitada a realização de exames de sangue e urina. Porém, o bombeiro se recusou a fazer novos teste.

O bombeiro, que tem mais de 10 anos de serviço, vai responder pelos crimes de furto qualificado, desobediência, danos ao material da administração militar e tentativa de dano, conforme previsto no Código Penal Militar.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (4/12), a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal (SSP/DF) informou que as circunstâncias que levaram o bombeiro militar a retirar uma viatura do 8º Grupamento de Bombeiro Militar, em Ceilândia, e a seguir para a Esplanada em alta velocidade somente serão esclarecidas após a conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM).

A investigação está sendo conduzida pela Corregedoria do Corpo de Bombeiros do DF e tem prazo de 20 dias para ser concluída, prorrogável por igual período, caso haja necessidade. O laudo pericial, que é de responsabilidade da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), será anexado ao inquérito.

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Depois de concluído o IPM, o relatório do caso será encaminhado para o Ministério Público Militar. Em caso de oferecimento de denúncia, o processo será remetido à Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), onde o bombeiro será julgado.

Em audiência de custódia no domingo (3), o juiz Alessandro Marchió Bezerra Gerais, da Auditoria Militar do DF, decidiu manter Araújo preso preventivamente. Segundo o magistrado, a medida se fez necessária pelo fato de o militar ter colocado “vidas em risco” e pela iminência de causar “danos de grandes proporções ao local”.

A defesa do bombeiro apresentou relatório psicológico alegando que o militar não teria condições de responder por suas ações. O documento, entretanto, não foi suficiente para soltá-lo. O juiz destaca que o incidente é de excepcional gravidade: “Verifica-se, assim, que ele estava obstinado em atingir o seu intento, não sendo possível precisar quantas vidas inocentes ele poderia ceifar para fazê-lo”.

Colegas assustados
Em áudios obtidos pela reportagem, bombeiros comentam, assustados, a intenção do segundo-sargento de explodir o Congresso Nacional. “Ele entrou lá (no quartel), pegou o caminhão e falou que ia explodir o Congresso. É cada uma, viu”, disse um militar.

Ouça o diálogo:

Em outro áudio, uma colega demonstra compaixão. “Foi a maneira de ele se expressar. Precisava de ajuda e ninguém percebeu. Chegou o momento de estafa mental. Poderia acontecer com qualquer um de nós da Secretaria de Segurança Pública, que estamos nessa dificuldade”, ponderou.

Assista aos vídeos:

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