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Bolsonaristas no QG já anunciaram 8 “Dias D” por intervenção federal

Manifestantes convocaram ao menos 8 atos contra o resultado das urnas desde 1º de novembro, dois dias depois dos resultados das Eleições

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
foto colorida de bolsonaristas com bandeira do Brasil e camisa da Seleção em acampamento no qg do exército - Metrópoles
1 de 1 foto colorida de bolsonaristas com bandeira do Brasil e camisa da Seleção em acampamento no qg do exército - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

De “convocação nacional” até “tomada de Brasília”, os nomes para atos contra os resultados das urnas foram vários: no Distrito Federal, desde 1º de novembro, ao menos 8 datas já foram anunciadas como “Dias D” para anular a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como próximo presidente do Brasil.

Manifestantes acampados em frente ao Quartel-General (QG) do Exército de Brasília tentam reverter o que foi decidido no processo eleitoral do Brasil. Tanto que dois dias depois do segundo turno, uma “convocação nacional” foi anunciada — a primeira delas. “Não precisa aguardar ninguém mandar! Esse deve ser seu compromisso!,” diziam os comunicados enviados aos simpatizantes da ideia.

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A mensagem vinha em um momento de angústia provocado pela falta de posicionamento de Jair Bolsonaro (PL). Os bolsonaristas que acompanharam a apuração na Esplanada dos Ministérios foram instruídos a não deixar o local até que o presidente derrotado se manifestasse.

Bolsonaro quebrou o silêncio só no dia 1º. A declaração foi acompanhada por manifestantes no QG, que fizeram nova convocação para “exigir o cumprimento do artigo 142”. O texto da Constituição — que regulamenta o papel das Forças Armadas — é usado como âncora pelo grupo. Segundo os militantes, a lei dá às Forças Armadas “poder de moderação” quando houver conflito entre os Poderes. A interpretação, no entanto, não é partilhada por grande parte dos especialistas.

Após dois dias acampados, os bolsonaristas fizeram uma terceira convocação. Desta vez, o chamado era para concentração em frente a todos os Quartéis-Generais do Brasil, em 3 de novembro. Ainda sem resposta concreta de nenhuma das Forças Armadas, a organização dos protestos ganhou mais estrutura para continuar a mobilização e determinou um novo “Dia D”: 5 de novembro.

Em meio a convocações, notícias de uma resposta oficial em 72 horas deram ânimo aos manifestantes. Na data prevista, o Ministério da Defesa divulgou um novo relatório sobre a fiscalização das urnas.

O documento, no entanto, não conseguiu provar qualquer fraude no processo eleitoral. Sem sucesso, mais um anúncio de convocação foi feito. Marcada para o dia 15 de novembro, data da Proclamação da República, o grupo pretendia mudar os rumos do Brasil.

Ainda sem respostas, bolsonaristas continuaram acampados e organizaram atos para os dias 18, 26 e 27. No último domingo (27/11), a “tomada de Brasília” também não obteve êxito.

Fiscalização

O Ministério Público Federal (MPF) é um dos órgãos que vem investigando os atos e pedindo providências das forças de segurança.

O órgão ressaltou, em um dos ofícios, que a liberdade de manifestação deve ser preservada, desde que exista harmonia com “outros direitos fundamentais igualmente consagrados no texto constitucional”. Procuradores afirmam que protestos não podem ameaçar o Estado de Direito, as instituições democráticas e a ordem social, o que vem acontecendo em frente ao QG do Exército em Brasília, segundo eles.

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