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Assassinada aos 8 anos, Izadora sonhava ser youtuber e ajudava projeto

Menina dizia “acreditar no impossível” em vídeo divulgado para crianças de projeto social em Samambaia

atualizado

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1 de 1 celular - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

“Vim dizer para vocês o que é fé para mim. Fé, para mim, é acreditar no impossível”, comentou a pequena Izadora de Nascimento de Sousa, de 8 anos, em vídeo divulgado por projeto social de Samambaia. Além de participar da iniciativa criada para proporcionar apoio e incentivar a leitura da criançada, a menina sonhava em ser “youtuber”. Sonho interrompido pela violência. Izadora foi morta a golpes de faca por Adenilson Santos Costa, 35 anos.

No sábado (5/2), o criminoso invadiu uma casa em Samambaia Norte onde estavam Izadora, a mãe, a avó, outra criança e uma amiga da família. Motivado inicialmente por ciúmes, o agressor esfaqueou todas sem piedade. Segundo testemunhas, a cena foi aterrorizante, e as mulheres gritaram por socorro. Izadora foi levada a um hospital, mas não sobreviveu.

Com lágrimas pelo rosto, Anna Carolina de Oliveira Dias, madrinha da menina, passa os olhos pelas fotos e por vídeos da criança e desaba. “O povo na rua chamava a Iza de estrelinha”. A criança começava a se aventurar no mundo dos influenciadores digital. E, a cada vídeo, recebia ajuda, supervisão e carinho da madrinha.

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O carinho entre as duas era espontâneo. “Ela me chamava de mãe. Na semana passada, me perguntou assim: ‘mãe, a senhora já comprou quantas capinhas de celular?’ Eu falei: ‘sei lá’. E ela disse: ‘pois é, a minha está tão velha, que a cor dela está passando para o celular mesmo’. Comprei uma capinha nova com uma borboleta para colocar nela. E Izadora não chegou a ver a capinha nova. Ela partiu; virou uma borboletinha agora”, disse a madrinha, com lágrimas nos olhos.

Izadora não vivia apenas a descoberta do mundo digital. Uma de suas diversões preferidas era brincar na rua. Inclusive, tinha ganhado uma bicicleta de presente. “Ela andou só uma vez. E nunca mais vai andar”, comentou Anna. “A Iza chegou à minha casa quando tinha apenas 3 meses de vida. Ela me ensinou tudo. Ela me ensinou o verdadeiro significado de amar”, desabafou.

A morte trágica da menina abalou a família. “Ela liderava um projeto social para crianças carentes com meu irmão. Inclusive, no sábado (5/2), ele pediu para ela fazer uma oração. Foi a despedida dela. Ela fez uma oração linda, pedindo proteção para a família: mãe, eu, meu pai, meu irmão, todo mundo”, disse Anna.

Momentos antes do crime, Izadora havia enviado uma mensagem para a madrinha, por volta das 20h de sábado. “Mãe, a senhora está bem?”, perguntou a garotinha. “E eu falei: ‘oi meu amor. Eu estou bem. E você?”, revelou Anna. “Ela respondeu: ‘estou bem'”, completou. Mas a conversa não foi para frente, pois o celular da madrinha descarregou. Ela só teve informação da criança após o ataque brutal.

Ao chegar ao local, a mãe de Izadora, ferida, disse fez um pedido para Anna: “Carolzinha, por favor, cuida da minha filha, porque está doendo muito”. “Parecia um filme de terror”, destacou a madrinha.

A criança dizia que sentia sede e dor após o ataque. “Calma, filha, seja forte, seja firme. Eu estou ao seu lado. Eu vou cuidar de você e sempre cuidei. Mas, agora, vou cuidar mais ainda, porque eu te amo. Foi a última vez que eu falei te amo para ela”, revelou a madrinha.

Anna, agora, pede por Justiça. O agressor já tem passagens na polícia pela Lei Maria da Penha. “O intuito dele era matar mulheres. E, com certeza, se for solto, vai querer matar mais e fazer mais vítimas. Conseguiu uma letal: a minha filha”, disparou a madrinha.

Ajuda

A família de Izadora precisa de apoio financeiro para o velório e o enterro da criança. Quem puder ajudar pode acionar os seguintes contatos:

Mateus – 991448388

Anna Carolina – 99816-0123

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