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Após perder casa em incêndio no DF, família passa a viver em barraca

Casal e três filhas passaram a viver numa barraca após perderem tudo. Além da insegurança alimentar, uma das crianças sofre de depressão

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Igo Estrela/Metrópoles
Família que perdeu casa em incêndio no Distrito Federal morando em barraca na rua. Três pessoas estão no interior da lona azul, perto de uma placa de papelão pedindo doações - Metrópoles
1 de 1 Família que perdeu casa em incêndio no Distrito Federal morando em barraca na rua. Três pessoas estão no interior da lona azul, perto de uma placa de papelão pedindo doações - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Com três filhas pequenas para criar, uma família de baixa renda do Distrito Federal perdeu o pouco que tinha do dia para a noite. Em 15 de maio, um incêndio deixou em cinzas o barraco onde moravam Maria Carolina de Souza, 28 anos, e Wellerson dos Santos, 19, junto com as meninas, que têm 1, 6 e 10 anos de idade. Agora, os cinco parentes moram em uma barraca de acampamento.

“O que vou fazer agora pra sustentar minhas filhas?”, lamentou o pai das crianças quando viu o lugar onde residiam, no Itapoã, destruído. Segundo os vizinhos, a causa das chamas teria sido um “gato” na energia feito no barraco, mas a família acredita ter sido um dependente químico o responsável por provocar o fogo. Fato é que, desde então, eles passam os dias se deslocando em busca de sustento.

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“A gente está vendendo pano de chão pra ver se conseguimos alugar um canto”, explica a mãe. A família fatura, em média, R$ 50 por dia. É esse dinheiro que coloca o pouco o que comer na mesa. Isso num contexto em que os produtos mais afetados pela inflação em alta são justamente os alimentos, segundo dados do Índice de Preços no Consumidor (IPCA). “Num dia bom, na ponta do lápis, conseguimos tirar R$ 120 por dia”, contabilizou Wellerson.

Os moradores de rua revezam o ponto em que montam a barraca. Para facilitar a venda dos panos de chão no Plano Piloto, aos fins de semana eles ficam ao lado de um supermercado na Asa Norte, mas durante a semana a família se fixa no Paranoá, perto da escola onde as crianças estudam. Todo esse movimento torna a rotina cansativa.

Pandemia faz população em situação de rua quadruplicar no DF

“As meninas choram toda noite [por causa do desconforto]”, explicou Maria Carolina. Além disso, os pais se revezam para ter um tempo de descanso dentro da barraca. Como se não bastassem os problemas financeiros, uma das crianças sofre passou a sofrer preconceito. Nos últimos dias, a filha do meio, que é negra, desenvolveu depressão após bullying dos colegas de turma.

“Eles falam mal dela por causa da cor. Dizem que ela não tem brinquedo nem roupa nova e que não tem casa pra morar”, conta a mãe. Desde então, a garota, que antes era estudiosa, começou a sentir uma “forte dor no peito” e pedir insistentemente para largar os estudos. A família procurou a rede pública de saúde, que constatou que a garota estava sofrendo com crises de ansiedade e depressão.

Como ajudar

Maria Carolina pretende procurar ajuda do Conselho Tutelar para conseguir um psicólogo para a filha. No momento, esta é o único auxílio que a família pode pedir ao governo, já que não tem registro no Cadastro Único (CadÚnico). O cadastro faz o mapeamento de famílias em situação de vulnerabilidade para a prestação de benefícios assistenciais, seja de ordem federal ou distrital, como o Auxílio Brasil e o DF Sem Miséria.

“A gente procurou o Centro Pop [que acolhe a população de rua], mas como não temos conseguido pagar R$ 50 para tirar a identidade”, conta a mãe. A família, então, pede ajuda, seja em doações ou dinheiro. “Precisamos de comida, de material escolar para meninas, se alguém for jogar fora móveis a gente aceita também, roupas, remédios”, pediu Wellerson. Quem quiser ajudar, pode entrar em contato com Maria Carolina pelo telefone (61) 9 9178-9130.

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