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Após caso de coronavírus, Hran enfrenta medo entre pacientes

Hospital da Asa Norte tem um caso confirmado. Pacientes e funcionários usam máscaras para evitar a doença

atualizado

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Myke Sena/Especial Metrópoles
Leuda Caetano fala sobre coronavírus no Hran
1 de 1 Leuda Caetano fala sobre coronavírus no Hran - Foto: Myke Sena/Especial Metrópoles

Após o caso confirmado de coronavírus de uma mulher de 52 anos, moradora do Lago Sul, que está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), a unidade de saúde está tendo que lidar com o medo por parte de pacientes que buscam atendimento na rede pública.

Na manhã desta segunda-feira (09/03), o Metrópoles esteve no local e pôde perceber a movimentação de pacientes e acompanhantes no hospital.

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Algumas pessoas já chegam ao pronto-socorro com as próprias máscaras. Na espera, poucos são os que usam a proteção para o rosto. Depois de realizada a triagem para o atendimento, a informação é a de que, nos corredores do hospital, todos que aguardam estão recebendo a máscara e orientações para higienizar as mãos com álcool em gel.

Um homem que aguardava a esposa na entrada da emergência nesta manhã e preferiu não se identificar disse que chegou à unidade de saúde por volta das 8h30. Ele e a companheira providenciaram suas próprias máscaras para ir ao hospital. “Ela precisou de atendimento porque estava passando mal e já viemos protegidos por receio do ambiente. Eles dizem que não é necessário ter pânico, mas a gente assusta com um caso confirmado no mesmo lugar que estamos frequentando”, comentou.

A pedagoga Leuda Caetano (foto de destaque), 34 anos, faz tratamento de ferroterapia (administração de ferro por via injetável ou oral) no Hran e precisou ir ao local nesta segunda-feira (09/03) para tomar medicação. “Eles me deram a máscara e estão pedindo para todos que estão dentro do hospital usarem. As pessoas já estão com a imunidade baixa. É necessário ter esse cuidado”, disse a mulher.

“Eu teria um procedimento cirúrgico com minha mastologista na próxima segunda-feira (16/03) e acredito que teremos que remarcar. Estou com medo. O 7° andar onde eu teria que me internar é justamente o local que está isolado por causa do coronavírus”, completou.

Com a filha internada há 10 dias no Hran por embolia pulmonar, Cristina Sales, 41, saiu da unidade de saúde nesta manhã também de máscara. “Quando o caso da mulher foi confirmado, nós já estávamos internados aqui. Minha filha está no 6° andar e lá a gente fica preocupado com a situação. Estamos recebendo informações e sendo tranquilizados, mas ainda assim, ficamos assustados. Os rumores e o medo são o clima do hospital inteiro”, destacou.

Situação no DF

Hran investiga um novo caso suspeito de coronavírus. Segundo fontes do Metrópoles, uma mulher de 28 anos foi internada no 7º andar da unidade de saúde, referência em tratamento da doença, nesse domingo (08/03).

Até o início da tarde desta segunda-feira, o Governo do DF (GDF) investigava 55 casos suspeitos.

A nova paciente suspeita teria viajado para Suécia e apresentou febre e desconforto respiratório. A mulher está no oxigênio, mas seu quadro de saúde é estável. Técnicos coletaram sangue para fazer o diagnóstico. O resultado inicial deve sair em até quatro dias.

Este primeiro exame deve identificar se a mulher possui alguma doença diferente da covid-19. Se o teste der negativo, a paciente fará um específico para novo vírus.

A situação da mulher de 52 anos diagnosticada com coronavírus continua grave. O quadro foi estabilizado, mas ainda inspira cuidados. Ela respira com a ajuda de aparelhos, mas teve uma discreta melhora, segundo último boletim da Saúde, divulgado nesta segunda-feira (09/03). O marido da moradora do Lago Sul circulou pelo hospital sem precauções até o final de semana passado, mas até o momento não apresentou sintomas da doença.

No domingo (08/03), o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, visitou o Hran. O último balanço da pasta diverge do levantamento do Ministério da Saúde — de 24 casos suspeitos no DF. Segundo o infectologista Eduardo Hage, a diferença ocorre porque os números locais estão mais atualizados.

Muitos casos suspeitos foram identificados pelo DF após a última atualização do Ministério da Saúde. “Recebemos informações de casos suspeitos por telefone. Incluímos na nossa planilha e depois fazemos a checagem”, explicou. O surto mundial do coronavírus afetou até mesmo os preços do petróleo.

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