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Após apanhar de personal, morador de rua “some” de quadra onde ficava

Muitos na cidade acreditam que o homem em situação de vulnerabilidade decidiu sair do local após ficar assustado com tamanha repercussão

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
homem andando com as roupas na mão
1 de 1 homem andando com as roupas na mão - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Agredido por um personal trainer de 31 anos, na noite da última quarta-feira (9/3), o morador de rua flagrado tendo relações sexuais com a mulher do educador físico não foi mais visto na região onde costumava ficar, no bairro Jardim Roriz, em Planaltina, cidade do Distrito Federal.

Segundo o personal Eduardo Alves, a esposa estaria em surto psicótico e, assim, não teria havido relação extraconjungal consensual, e sim um estupro. “Não se trata de uma traição conjugal, e sim crime de violência”, disse, em nota enviada ao Metrópoles, após a publicação da primeira reportagem.

Eduardo diz ter agredido o morador de rua justamente por ter certeza de que a esposa estava sofrendo violência sexual. Antes de retirar à força o sem-teto do veículo, o educador físico bateu com tanta força no automóvel que chegou a trincar o vidro.

Informalmente, aos policiais que atenderam a ocorrência, a mulher, que, segundo o marido está sob cuidados médicos na rede pública de saúde, disse que as relações sexuais foram consentidas. Uma testemunha ouvida pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deu a mesma versão. Depois da confusão na rua, todos foram conduzidos à 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), que investiga o caso. A corporação ainda não se pronunciou oficialmente sobre a ocorrência.

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O homem em situação de rua, de 48 anos, costumava circular diariamente nas redondezas da escola CEF Paroquial e da rodoviária da região administrativa. Ele também, às vezes, buscava apoio em um albergue para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Após o episódio, segundo residentes da cidade, o homem sumiu do local. Alguns suspeitam que, assustado com tamanha repercussão do caso, ele tenha preferido procurar um lugar mais seguro para dormir.

“Ele não deve ter ido muito longe, até porque não tem carro nem condições financeiras de ficar pagando passagem. Mas, certamente, preferiu ficar mais distante de onde tudo aconteceu, porque na cidade só se fala nisso agora. Ele deve estar com medo de tudo isso”, disse o dono de um comércio, que preferiu não se identificar.

O microempresário contou que o homem, apesar de não ter celular com internet ou acompanhar notícias pela TV, “achou estranho” ser reconhecido por tantas pessoas repentinamente. “Deve ser por isso que fez ele ‘vazar’ daqui”, supôs.

Repercussão

O caso ganhou repercussão nacional desde a publicação, em primeira mão, pelo Metrópoles. Em Planaltina, não se fala em outra coisa. Já nas redes sociais, o assunto chegou a ficar entre os mais comentados no Twitter. No Instagram, centenas de perfis falsos com os nomes dos envolvidos foram criados, a maioria tratando a delicada situação em tom jocoso. Vale lembrar que o artigo 309 do Código Penal Brasileiro (CBP) pune com até 1 ano de prisão quem for flagrado criando perfis com informações pessoais de terceiros sem consentimento.

Toda a ação foi gravada por câmeras de segurança do local. Veja:

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Áudios

Em áudios obtidos pela reportagem, a mulher afirma a uma conhecida que toda a ação foi consentida. Em um primeiro momento, o morador de rua teria pedido doações e, ainda, para ser curado. “Me deu vontade de dar um abraço nele”, disse.

Em seguida, o homem teria pedido para fazer carinho nos pés dela. “Eu senti uma coisa tão boa”, disse.

Ao longo do relato, ela explica que começou a ter visões de Deus. Já em outros momentos, de que o morador de rua seria seu companheiro. Ainda em via pública, os dois teriam seguido na troca de carinhos, de acordo com a mulher. O resultado, como relatado no áudio, foi um beijo entre os dois na frente da sogra, situação que deixou a mãe do personal incrédula. “É o meu propósito, deixa eu receber o meu propósito”, teria dito a mulher à sogra.

Depois do beijo, o morador de rua entrou no veículo, em busca de um local mais reservado. “Fui procurando pela rodoviária um lugar escuro e vazio pra gente ficar junto. Eu senti a necessidade de deixar ele entrar no meu carro”, declarou ela na gravação.

Pelas imagens gravadas por câmeras de monitoramento do bairro, é possível ver quando o personal chega próximo ao carro. Ele bate no vidro com violência, depois agride o morador de rua do lado de fora. Assim como a mulher, o sem-teto foi levado ao hospital. Ele apresentava machucados no rosto e estava com os dois olhos roxos. Apesar disso, passa bem. O personal prestou depoimento e foi liberado. Ele poderá responder por lesão corporal.

Versão do morador de rua

Em depoimento prestado na delegacia, o homem em situação de rua contou aos policiais que, por volta das 21h30, um carro parou nas proximidades da escola paroquial, em Planaltina. Dentro do veículo estaria a companheira do personal trainer. Segundo ele, a mulher o chamou e pediu para que se aproximasse.

Logo em seguida, teria dito: “Vamos brincar?”. Na sequência, o morador de rua disse ter sido convencido pela mulher a entrar no veículo. Afirmou ainda que, enquanto estava nu e tendo relações com a motorista no interior do carro, um “homem bravo invadiu o veículo” e teve início a uma briga. O homem declarou que não conhecia a mulher e negou o estupro.

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