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Alunos organizam protesto contra estupro na UnB: “Não aguentamos mais”

A manifestação, organizada pelo Coletivo Juntas, está prevista para ocorrer nesta segunda (11/7), a partir das 12h, no Ceubinho

atualizado

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Beto Monteiro / Ascom UnB
Placa da UnB em azul com logo branco
1 de 1 Placa da UnB em azul com logo branco - Foto: Beto Monteiro / Ascom UnB

O Coletivo Juntas do Distrito Federal marcou, para esta segunda-feira (11/7), uma manifestação em frente ao Instituto Central de Ciências (ICC Norte), da Universidade de Brasília (UnB), com o intuito de reivindicar mais segurança às mulheres e repudiar a violência na instituição.

O ato foi motivado pela denúncia de estupro registrada por uma estudante de 18 anos, na noite dessa sexta-feira (8/7), no Campus Darcy Ribeiro, na Asa Norte. O protesto está previsto para ocorrer a partir das 12h, no local conhecido como Ceubinho, e deve seguir até a Reitoria da UnB.

“Desde que as aulas retornaram presencialmente, mais de dois casos de assédio sexual foram registrados. São situações de violência que não deveriam acontecer e notamos uma falha muito grande na segurança, principalmente das mulheres”, alega a militante do Coletivo Monna Rodrigues.

Segundo Monna, a insegurança na UnB aumenta por problemas de iluminação e falhas no protocolo de atendimento às vítimas. “O espaço da universidade não é pensado para as mulheres. Precisamos que esse grupo tenha representação forte na UnB. Esse não pode ser mais um caso”, defende.

O representante do Centro Acadêmico de História André Doz também participa da divulgação da manifestação, assim como outros 30 centros da universidade que apoiam o ato na próxima segunda. “Vemos um cenário de insegurança muito grande. Por isso, a necessidade de pressionar a Administração Superior para que hajam mudanças na política de segurança”, comenta.

O caso

Como revelou o Metrópoles, a vítima de 18 anos sofreu a abordagem do abusador, por volta das 20h, dessa sexta-feira (8/7), após deixar o Restaurante Universitário (RU). Alunos da própria universidade denunciaram o caso à reportagem.

O suspeito rendeu a vítima com uma espécie de canivete. O ataque ocorreu por trás, em um trecho escuro e pouco movimentado entre o RU e o Instituto Central de Ciências (ICC). A jovem tentou gritar, mas o criminoso tampou a boca dela e encostou a arma na barriga. Em seguida, levou a aluna para um local ermo e a abusou sexualmente.

Durante o estupro, três estudantes passaram pelo local, o que obrigou o acusado a interromper o abuso. Em seguida, ele encostou o canivete novamente na barriga da vítima para impedi-la de pedir socorro. Mas, ao se afastar um pouco do corpo dela, a jovem conseguiu se desvencilhar dele, pegou a mochila e saiu correndo.

A estudante conseguiu chegar até a sala de aula e pediu ajuda a um professor, que acionou a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Ela informou que não conseguiu ver o rosto do suspeito, mas disse que ele era forte, alto e usava calça jeans. A vítima também detalhou que ele exalava um cheiro muito forte, mas não parecia ser morador de rua.

UnB repudia

Em nota, a instituição afirmou que “qualquer tipo de assédio, abuso ou violência sexual é inaceitável e precisa ser rigorosamente punido.”

Segundo a UnB, a Administração Superior, docentes, o serviço de saúde e a equipe de segurança da instituição estão em contato com a estudante e sua família, “dando todo o apoio necessário”.

“A Universidade também está em diálogo com a Delegacia da Mulher para colaborar com as investigações, inclusive com o envio de imagens das câmeras de monitoramento”, acrescentou a instituição.

Além disso, o Comitê de Segurança da UnB informou que “está empenhado com a melhoria da iluminação, em fortalecer nossas campanhas de comunicação para melhorar a segurança e em capacitar nossos agentes.”

“Colocamos câmeras em todos os campi, e estamos ampliando o nosso sistema de videomonitoramento, que conta com mais de 500 câmeras e tem ajudado a resolver crimes e a prevenir situações de perigo”, destacou.

Por fim, a UnB ressaltou que “o Campus Darcy Ribeiro é todo aberto e integrado com a Asa Norte. Assim, a Universidade também trabalha em articulação com a Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Militar e com o Corpo de Bombeiros para que tenhamos uma Universidade e uma cidade mais segura.”

O caso é investigado pela Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (Deam).

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