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Aluno da UnB viraliza ao abordar preconceito contra asiáticos

Ilustrações que mostram os desenhos contra a etnia já tiveram mais de 11 mil compartilhamentos na internet

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Frases do tipo “abre o olho, japonês” ou “todo xing ling é igual” são comumente escutadas no dia a dia de qualquer lugar do país. As expressões se referem aos asiáticos — ou descendentes — e, geralmente, são ditas como piadas. Engraçado? Ou apenas mais uma forma de racismo e preconceito? Essa discussão voltou à tona após várias imagens do projeto “Abre o olho você” viralizarem na internet.

As ilustrações fazem parte do trabalho de conclusão de curso em publicidade e propaganda do aluno da UnB Vinicius Chozo, 24 anos. “Minha intenção é chamar atenção para essas expressões, estereótipos e microagressões de preconceito e de racismo que estão no cotidiano brasileiro. São diversos fatores que colaboram para a marginalização dessas discussões, por isso enxergo a importância de trazer à luz esse debate que é tão importante para nós, asiáticos e descendentes”, explicou Vinicius ao Metrópoles.

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Segundo Vinicius, a visão ainda muito estigmatizada sobre essa etnia no país parte de generalizações que não condizem com a realidade. Por exemplo, nem todo asiático é bom em matemática ou gosta de mangá, a revista em quadrinhos japoneses. “Esses estereótipos podem até parecer positivos, mas, em se tratando de quem se afasta deles, acaba se configurando em uma pressão social muito grande”, afirma.

Após as imagens caírem na internet, a repercussão foi grande — o post já tem quase 11 mil compartilhamentos e 7,7 mil curtidas. “Fiquei muito surpreso e feliz. Minha intenção era justamente essa, de incomodar e chamar atenção das pessoas para essas expressões. Muitos se identificaram com o teor preconceituoso que essas expressões carregam e do quanto já estavam cansadas de ter que lidar com elas”, conta.

 

Luta
Alguns asiático-brasileiros, no entanto, não se identificaram com certas expressões, segundo Vinicius. “A percepção de um evento ou um acontecimento como racista ou preconceituoso, às vezes, atua mais no nível individual do que no geral e diz muito sobre como um indivíduo vai reagir, receber e responder a esse ato. O que não justifica o uso de tais expressões, afinal dizem respeito a toda a comunidade asiático-brasileira.”

Vinicius ainda lembra que o assunto não vem para diminuir ou relativizar a importância da luta contra o racismo e o preconceito de qualquer etnia. “Toda forma de preconceito e racismo deve ser combatida. Solidariedade e empatia pela luta dos outros, antes de tudo. Racismo cordial também é racismo, e não deixa de ser parte de uma generalização/pressuposto étnico/racial. O que é claro, para mim, quando falamos sobre essas expressões que estão naturalizadas”, diz.

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