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Aluna diz que foi chamada de “macaquinha favelada” em jogo em colégio

A estudante de uma escola pública de Taguatinga relatou que foi ofendida por funcionária e alunos do Colégio Projeção

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Igo Estrela/Metrópoles
Foto colorida de mulher negra racismo - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de mulher negra racismo - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Uma estudante do Centro de Ensino Médio de Taguatinga Norte (CEMTN) denuncia ter sido vítima de racismo durante uma partida de futebol contra alunas do Colégio Projeção. A agressão contra a aluna da escola pública teria ocorrido no dia 26 de abril, dentro do colégio particular.

A vítima, de 16 anos, relata ter sido ofendida por uma funcionária e alunos da instituição. Segundo a adolescente, os envolvidos teriam feitos sons e gestos de macaco para ela.

“Nosso time foi mal recebido pela torcida da escola adversária desde que chegamos no local. Quando eu cometi uma falta, durante o jogo, eles começaram a fazer barulho de macaco na minha direção”, contou a aluna.

De acordo com a estudante, as ofensas teriam se tornado piores depois que ela cometeu outra falta na filha de uma supervisora da escola particular.

“Eu acabei sendo expulsa e tive que sair de quadra. Nesse momento, essa supervisora foi falar no meu ouvido que eu era ruim, que não sabia jogar. E, como reação, eu comecei a mandar corações para ela, foi quando essa mulher começou a fazer som de macaco”, disse a adolescente.

A aluna detalha que, quando virou as costas para sair do espaço, ouviu a mesma mulher a chamando de “macaquinha favelada”.

“Ela esperou eu me virar em direção à saída para me chamar de macaquinha favelada. Foi quando outras estudantes tiveram que intervir, pois ela parecia estar vindo para cima de mim, como se fosse me agredir”, afirmou.

Segundo a vítima, ninguém da instituição particular a procurou para tratar da situação. “Fiquei com medo. Estou com receio até de jogar novamente.”

Por meio de nota, o diretor do Centro de Ensino Médio Taguatinga Norte, André Amancio, informou que enviou ofício à Comissão Disciplinar dos Jogos Escolares do Distrito Federal exigindo a apuração dos fatos. “Exigimos a súmula da partida, bem como o depoimento da mesária da partida, que presenciou a situação”, destacou.

Ainda de acordo com Amancio, uma reunião com a diretoria do Colégio Projeção foi realizada nesta quinta-feira (2/5), que reitera a postura de apuração rigorosa dos fatos e busca o contato da família da aluna.

“O Centro de Ensino Médio Taguatinga Norte preza pela cultura de paz e tem como premissa a intolerância aos atos de violência de qualquer natureza”, destacou.

O que diz o Colégio Projeção

O Colégio Projeção disse que tomou conhecimento de que teria ocorrido uma ofensa racial durante a partida.

“Tratando-se de comportamento absolutamente repudiado e combatido por esta instituição, o Colégio CEMTN foi imediatamente procurado para nos passar informações mais consistentes sobre o caso, ocasião em que nos colocamos à disposição para apurar e apresentar o apoio e providências necessárias”, ressaltou  a escola particular.

“Neste momento, o caso ainda está em apuração, aguardando especialmente informações dos árbitros e registros do jogo. Reiteramos que repudiamos qualquer forma de discriminação e promovemos ações antirracistas de forma firme e contínua. Caso o episódio relatado seja confirmado, todas as medidas cabíveis serão tomadas”, finalizou.

Diligências

A Secretaria de Educação do DF comunicou que serão realizadas diligências nesta sexta-feira (3/5)  para apurar o ocorrido e tomar as medidas cabíveis diante da situação.

“A secretaria reafirma seu compromisso constante em promover e incentivar ações que estimulem a paz, a cidadania, a solidariedade, a tolerância e o respeito à diversidade em todas as unidades escolares, sejam elas públicas ou privadas. Essa postura é fundamental para criar e manter um ambiente educacional inclusivo e respeitoso para todos os envolvidos”, disse.

“Reforçamos a importância de uma apuração  minuciosa e imparcial, visando à justiça e à segurança de todos os alunos e membros da comunidade escolar”, destacou.

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