metropoles.com

Abalada emocionalmente, enfermeira atacada ficará afastada por 45 dias

Secretaria de Saúde se manifestou sobre ataque à enfermeira no HRC, citando afastamento da profissional por 45 dias e chance de não retornar

atualizado

Compartilhar notícia

Daniel Ferreira/Metrópoles
HRT - Metrópoles
1 de 1 HRT - Metrópoles - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A Secretaria de Saúde emitiu nota condenando os ataques a uma enfermeira no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), na madrugada de sexta-feira (6/10). Segundo a pasta, a profissional alvo das ameaças está afastada e pode não voltar ao trabalho. “Provavelmente, não terá condições emocionais de retornar para a mesma função após seu retorno”, afirma a pasta.

O caso chocou a enfermeira, que trabalhava na classificação inicial dos pacientes quando passou a ser ofendida e ameaçada pela mãe de um paciente da pediatria. Fora de controle, a mulher passou horas gritando contra a profissional, dizendo que “pegaria” ela “lá fora”, no fim do plantão. Ela chegou até a desafiar a polícia: “Vamos ver se esses vermes ‘vai’ vir me segurar” (ouça abaixo).

A Secretaria de Saúde detalha que as ameaças aconteceram no Pronto Socorro de Pediatria do Hospital Regional de Ceilândia (HRC), quando havia apenas um pediatra de plantão e os atendimentos estavam restritos a pacientes classificados como vermelho e laranja (casos mais graves). A pasta ainda ressaltou que, no momento em que a mulher gritava, havia uma criança grave sendo atendida no box de emergência.

“A mãe de uma criança classificada como verde queria que a enfermeira da triagem mudasse a classificação para que ela fosse atendida de imediato, o que não é permitido. Diante do fato, a mãe da criança se irritou, iniciou uma série de xingamentos e graves ameaças contra a profissional classificadora. Após o plantão, a enfermeira registrou queixa na delegacia. Está afastada 45 dias por motivos de saúde. Provavelmente, não terá condições emocionais de retornar para a mesma função após seu retorno.”

A Secretaria finalizou o texto afirmando que “repudia qualquer tipo de violência contra seus profissionais”. A vítima abriu um boletim de ocorrência contra a autora das ameaças na 15ª DP (Ceilândia Centro), que vai investigar o crime.

O caso

Uma mulher se descontrolou após a classificação do filho no atendimento inicial no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), ameaçou a enfermeira e desafiou a polícia. O nível da violência assustou os profissionais da saúde da unidade na madrugada dessa última sexta-feira (6/10).

A enfermeira alvo das ameaças estava fazendo a classificação de risco dos pacientes, como relatou ao Metrópoles. “Ela chegou 1h30 com o filho, relatando febre e falta de apetite, mas medimos a temperatura e o paciente estava sem febre, brincando, pulando. Classificamos como verde, então não teria atendimento, aí ela começou os gritos dentro da sala”, relatou, sem se identificar.

Os profissionais do HRC acionaram a Polícia Militar e gravaram, em áudio, as ameaças da mulher. Em determinado momento, ela chegou a dizer à enfermeira: “É lá fora que eu te pego, sua maldita”.

Segundo a enfermeira, a mulher chutava a porta da sala de classificação enquanto gritava. No áudio, a profissional de saúde questiona um colega se a PM foi acionada, e a mãe do paciente responde: “Chama camburão nessa porr* achando que eu tenho medo de polícia, aqui nessa desgraça. Pensa que eu vou sair, que eu vou ‘arredar o pé’ daqui? [….] Vamos ver se esses vermes ‘vai’ vir me segurar [Sic]”.

A profissional de saúde do HRC disse que a mulher só foi embora às 3h. “Ela estava completamente fora de si e depois desse tempo todo foi embora. Dessa vez o vigilante gravou, mas, infelizmente, a gente sofre violência assim constantemente. Sempre falam: ‘Você não deve ter filho’. Isso é comum, mas a pessoa fala e vai embora. Ela não. Batia na porta, ficava lá, e toda a culpa era como se fosse só minha.

Deputada se solidariza com enfermeira

O caso foi divulgado nas redes da deputada distrital Dayse Amarilio (PSB), que se solidarizou com a vítima lembrando de casos recorrentes como esse. “Mais uma enfermeira foi vítima de violência no trabalho aqui no DF. Mais uma profissional sendo ameaçada. Mais uma vez a categoria sendo desrespeitada e desvalorizada. E ainda acham que é ‘mi-mi-mi’ quando a gente diz que os profissionais de saúde estão adoecidos. Toda a nossa solidariedade por essa colega.”

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?