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A luta de Armando: jovem de 15 anos depende de vaquinha para ter oxigênio e sobreviver

Adolescente tem paralisia cerebral e disfagia. Família conseguiu liminar para que governo pague tratamento

atualizado

Divulgação
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O jovem Armando da Silva tem apenas 15 anos, mas já precisa lutar pela vida. Além de ter nascido com paralisia cerebral, desde setembro deste ano ele necessita de oxigênio para sobreviver. A família está desempregada e só conseguiu o dinheiro para garantir o insumo depois de organizar uma vaquinha e fazer empréstimos.

O adolescente começou a ter complicações pulmonares após passar por uma cirurgia para minimizar problemas cerebrais, mas o procedimento avançou pouco e apresentou efeito colateral. Agora, ele tem dificuldade para ingerir alimentos e líquidos.

No caso de Armando, os alimentos muitas vezes entram pela via errada e vão parar no pulmão, o que geralmente causa pneumonia. “Ainda existe um procedimento de aspirar os alimentos, mas mesmo assim sempre sobra alguma coisa”, explicou o pai de Armando, Antônio da Silva, 46.

Por causa das várias pneumonias sucessivas, a saturação do paciente diminui cada vez mais e, atualmente, varia entre 75% e 86%. “Depois de ver os exames, a médica falou que ele precisa de oxigênio 24 horas por dia, mas pagando no particular é muito caro: custa R$ 300 por dois dias”, disse Antônio, que, no momento, está desempregado.

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Para dificultar ainda mais a vida do adolescente, a família mora no Núcleo Rural Capão Comprido, em São Sebastião, em que a falta de estabilidade de energia elétrica dificulta o uso de equipamentos adequados.

“Depois de a gente conseguir o dinheiro, alugamos um aparelho, mas deu pico de energia e queimou”, contou o pai. Após esse episódio, a família adquiriu um galão grande de oxigênio que dura 48 horas e um outro menor, que serve para levar o adolescente ao médico.

Diante da situação dramática que enfrenta, a família criou um PIX para receber doações. A chave é: 034.762.541-00.

Justiça

A família entrou com uma ação na 5ª Vara de Saúde Pública do DF pedindo medida cautelar para que o Governo do Distrito Federal (GDF) pague pelos insumos que garantem a vida de Armando. A juíza Carla Christina Sanches Mota deferiu o pedido em 25 de setembro, no entanto a família ainda não recebeu o oxigênio.

“O GDF foi notificado, mas até agora sequer se manifestou. Hoje [terça-feira] entrei com um pedido de sequestro de verba pública para tentar agilizar o cumprimento, vamos ver se o juiz defere”, relatou a advogada que representa a família de Armando de forma pro-bono, Janaína Doles.

“Somos pobres e não temos condições de arcar com as despesas. A gente passa a vida inteira pagando impostos, agora que precisamos o governo não ajuda. Precisamos que o GDF pague, eu não vou ver o meu filho morrer por falta de oxigênio”, assinalou o pai de Armando.

A reportagem entrou em contato com o GDF para confirmar se o ente distrital foi notificado da decisão judicial, mas até a última atualização desta reportagem não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestações futuras.






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