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Smart Cities: parceria público-privada é importante para o avanço

Esse foi um dos apontamentos do bate-papo no segundo painel do tech talk “Impacto Digital” sobre cidades inteligentes

Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
Smart Cities
1 de 1 Smart Cities - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

atualizado

“As cidades que possuem integração público-privada são aquelas que estão melhor se desenvolvendo”. Essa observação foi feita por Paula Faria, CEO da Necta e idealizadora do Connected Smart Cities & Mobility, no tech talk “Impacto Digital: Conectividade Para Transformar Realidades, Negócios e Cidadãos”. Segundo a especialista, a parceria entre esses dois setores, principalmente dentro do conceito smart, direcionam e agilizam a pauta com maior eficácia.

Com produção do Grupo Metrópoles, realização do Parque Tecnológico de Brasília – BioTIC, patrocínio da Brasal Incorporações e apoio do Sebrae e da Rede Hplus, o segundo painel do evento híbrido teve como tema “Smart Cities: o futuro das cidades”. Promovido nesta quarta-feira (10/11), além da executiva da Necta, que participou de forma remota, esteve presencialmente no debate Fernando Hussni, chefe de Vendas para Negócios Corporativos na Nokia Brasil e VP da Câmara de Comércio Brasil Finlândia (FinnCham), com mediação do repórter do portal Caio Barbieri.

“Cada cidade precisa identificar as próprias necessidades e demandas”, explicou Fernando Hussni

O conceito smart

Econômicas, sustentáveis, saudáveis, móveis e tecnológicas. Por conseguir aliar todas essas características, as smart cities estão ganhando cada vez mais destaque no cenário nacional e mundial. “O conceito das cidades inteligentes compreende diversos segmentos, do transporte à educação. Porém, cada cidade precisa identificar as próprias necessidades e demandas”, explicou Fernando Hussni.

“Cada região possui um perfil e uma carência diferente, cabendo ao administrador local identificar e oferecer os serviços que melhores se adequam ao local.”

Fernando Hussni, VP da Câmara de Comércio Brasil Finlândia (FinnCham)

Na mesma linha explicativa, Paula Faria ressaltou a importância da participação dos cidadãos para que uma cidade realmente siga o conceito smart. “O poder público deve empoderar e estimular as pessoas na participação de políticas públicas, principalmente quando o assunto de cidades inteligentes estiver em pauta”, destacou.

Desafios do Brasil

Um dos principais desafios para o avanço na criação de smart cities é o de investimento e financiamento, que deve ocorrer durante médio e longo prazos. Atualmente, o orçamento apenas de um lado não é capaz de suprir as carências da sociedade. Além disso, Hussni defendeu que um dos pontos mais importantes é da sintonia dos governos com mandatos atuais e futuros. “É fundamental ter continuidade, um foco, um objetivo preciso. Essa idealização de crescimento das smart cities não pode ser uma ação isolada”, explicou.

Segundo os especialistas, outros dois pontos que devem ser observados com atenção são o da integração tecnológica, já que esse tipo de recurso necessita de um conhecimento mais técnico e pontual; e o da burocracia, com aprovações, licitações e prazos para que o projeto acelere.

Paula Faria ressaltou que Brasília já é uma das referências do país na pauta digital

Paula Faria também lembra que, com a pandemia, os formatos e os métodos de trabalho tiveram que ser adaptados, mas sempre com o uso de tecnologias. Segundo ela, o uso de ferramentas digitais onde quiser, como será possível em projetos smarts, atenderá a uma boa parcela da população.

Previsões para o país

Se por um lado ainda há grandes desafios para o país, por outro a chegada da tecnologia 5G representa uma grande oportunidade para que o avanço das smart cities ganhe força no Brasil. A CEO da Necta ressalta que a tecnologia ajudará na disseminação ainda maior da modernização.

Ela lembra também que Brasília já é uma das referências do país na pauta digital. “Em um estudo norteador das cidades inteligentes brasileiras, Brasília se encontra em uma posição de destaque, em quarto lugar”, conta. Entretanto, a executiva atenta que ainda é necessário melhorar muito no país.

O relatório “Smart City Governments 20/21”, promovido pela Eden Strategy Institute, corrobora com a afirmação de Paula Faria de que o Brasil necessita crescer nessa questão. O levantamento avaliou mais de 230 cidades no mundo, observando categorias fundamentais, como orçamento, apoio, inovação, sustentabilidade, visão e liderança. Entre as 50 primeiras colocadas divulgadas, nenhuma era brasileira.

Já o executivo da Nokia destaca o grande mar de possibilidades que a nova tecnologia trará para o país. “O 5G vai potencializar, possibilitar e habilitar a conexão de diversos produtos, alguns até de serviços que não se conhecia”, destacou Hussni. Ele ainda lembrou que, há pouco tempo, as smarts cities eram uma proposta intangível e cara, agora a tecnologia está atuando e evoluindo para que tudo se mude e seja viável.

“O 5G vai potencializar, possibilitar e habilitar a conexão de diversos produtos, alguns até de serviços que não se conhecia”, destacou Hussni

Construções inteligentes

Quando se pensa em todo ecossistema smart, as construções inteligentes, sem dúvidas, estão na prateleira de destaque e importância. Marcas estão atentas a isso e têm investido bastante para aperfeiçoar esse novo modelo, como é o caso da Brasal Incorporações.

Bruno Goretti, diretor de Incorporações e Engenharia da Brasal Incorporações, lembra que as pessoas passam grande parte da vida dentro de edificações, entre residências, escolas e escritórios. Por isso, o desenvolvimento dos projetos deve ser cada vez mais eficiente e pensado nos usuários.

“A cada novo projeto, acrescentamos alguma característica que proporcione maior eficiência à edificação, seja por meio de processos de produção mais enxutos ou de soluções arquitetônicas e de engenharia mais inteligentes. Buscamos na tecnologia e na evolução da nossa gestão de qualidade mais eficiência e melhores resultados em projetos, obras e produtos finais.”

Bruno Goretti, diretor de Incorporações e Engenharia da Brasal Incorporações

Diferentemente dos modelos antigos, os smart buildings possuem como pilar a tecnologia aliada à sustentabilidade, como, por exemplo, sendo possível reduzir consumos de água e energia da edificação, gerar economia para os moradores e respeitar o meio ambiente.

Além disso, já há projetos com sistemas de monitoramento por câmera, reconhecimento facial, contagem de pessoas, controle de objetos abandonados, dispositivos de combate a incêndio, entre outras tecnologias que chegam para levar mais qualidade de vida e comodidade aos residentes.

O executivo da Brasal Incorporações também destaca o grande potencial de Brasília para incrementar o conceito smart e listou pontos necessários para que ocorra esse crescimento. “Brasília é uma cidade nova, de vanguarda, assim como sua população. Para acelerar o desenvolvimento de empreendimentos mais eficientes e inteligentes, alguns aspectos devem ser considerados, tais como: capacitação técnica, integração com a cadeia de fornecedores e atualização de normas e códigos de edificações”, apontou.

O tech talk Impacto Digital: Conectividade para Transformar Realidades, Negócios e Cidadãos continua durante todo o dia com outros painéis sobre tecnologia. Confira o link para a transmissão ao vivo.