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Lista traz investimentos para prospectar aposentadoria tranquila

Com teto do INSS limitado a R$ 6,4 mil, aplicações devem ser alternativas para reforçar o caixa no futuro. Confira algumas opções

James Hose Jr/ Unsplash
Garanta uma aposentadoria tranquila
1 de 1 Garanta uma aposentadoria tranquila - Foto: James Hose Jr/ Unsplash

atualizado

As mudanças na Previdência Social, em vigor desde 2019, trouxeram incertezas quanto ao benefício dos trabalhadores quando chegar o momento da aposentadoria. Quanto tempo terão que trabalhar a mais para poder aposentar? No entanto, as duas principais dúvidas são: “Será que o rendimento cobrirá as despesas? Que investimentos posso fazer para garantir um futuro mais tranquilo?”. O advogado João Badari, do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados, chama a atenção para o que considera o melhor investimento: fazer as contribuições previdenciárias – que variam de 7,5% a 14% sobre o salário – para ter a garantia de uma renda na velhice. Além disso, fundos de ações, de previdência e multimercados são boas opções de investimento para quem quer se aposentar com mais tranquilidade, segundo especialistas consultados pelo Metrópoles.

“O melhor investimento para o trabalhador é a aposentadoria do INSS. Agora, se o teto não suportar os gastos da pessoa, ela vai precisar investir em outros meios, como por exemplo um plano de previdência privada, dependendo de quanto pode gastar por mês, ou fazer um plano de capitalização, para tirar esse valor no futuro, ou pode aplicar em Tesouro Nacional”, explica Badari. Lembrando que o teto previdenciário hoje está em R$ 6.433,57.

“O que eu oriento é: se o trabalhador busca uma nova renda para a velhice, que seja diferente da aposentadoria pública do INSS, o ideal é ir ao banco conversar com um gestor de investimentos para que ele avalie o seu caso”, sugere. Isso porque, explica Badari, depende do perfil do investidor, da idade, do tempo que quer investir e de quando e quanto ele quer retirar.

Existem diferentes tipos de investimentos para os mais diversos perfis, desde os que oferecem menos riscos e mais estabilidade até os que priorizam melhores rendimentos, para quem deseja independência financeira. A primeira dica é: estabeleça um ou mais objetivos e defina quanto pode aplicar mensalmente.

Se ligue nas dicas!

Planejamento financeiro
Antes de começar a guardar dinheiro pensando no futuro, é preciso fazer um raio-X do orçamento doméstico. Numa planilha, liste quanto ganha e quanto gasta por mês e, mais importante: defina um valor mensal para começar a reserva financeira. Cortar despesas supérfluas, diminuir pacotes de TV e internet podem garantir uma graninha extra no fim do mês.

Além de manter essa planilha de gastos atualizada, projete os gastos do futuro: compra de imóvel ou carro, gastos com a escola dos filhos etc. Mesmo que esses valores mudem, eles servirão como estimativa inicial para o valor que você deve guardar por ano.

Cuide da saúde
E por quê? O Metrópoles explica: com mais saúde, é possível se manter ativo por mais tempo, ter menos risco de desenvolver doenças e evitar gastos com médicos e remédios tanto no presente como no futuro.

Avalie o perfil
Há muito a poupança deixou de ser o único investimento seguro para quem queria guardar dinheiro. Hoje em dia, existem diversas aplicações tão confiáveis quanto e que oferecem maior rentabilidade para o investidor.

Supondo que esteja começando uma reserva financeira agora, pensando a longo prazo – ou seja, 10 anos ou mais – a previdência privada pode ser uma boa opção. Quer saber por quê? Ao contrário dos fundos de renda fixa, cambiais e multimercados, na previdência privada não existe antecipação semestral do Imposto de Renda. Assim, o valor investido não diminui e o acúmulo no longo prazo tende a ser maior.

Ao optar pela tabela regressiva e deixar o dinheiro rendendo por mais de 10 anos, o investimento pode atingir a menor alíquota de IR do mercado, chegando a pagar 15% de imposto. Outro ponto trata do repasse aos herdeiros. Como não entra no inventário, a previdência privada pode ser transferida rapidamente para os beneficiários em até 30 dias.

Diversifique os investimentos
Hoje em dia, existem várias possibilidades para o investidor construir um patrimônio para a vida pós-aposentadoria: investimentos de renda fixa indexados pelo CDI ou pela inflação, Fundos de Investimentos, Fundos Imobiliários e Ações.

No caso da previdência privada também é possível aplicar em Fundos de Previdência, que contam com gestores profissionais que aplicarão o valor do investimento em diferentes ativos visando à maior diversificação da carteira.

Tenha disciplina
A previdência privada te ajudará muito com a regularidade do investimento, pois o dinheiro é debitado mensalmente da conta. Se optar por outros investimentos, reserve o valor que aplicará e acompanhe indicadores como inflação para ter certeza de que o investimento está rendendo acima da taxa.

Contribua com o INSS
O INSS garante não só a aposentadoria como o acesso a uma série de benefícios trabalhistas como salário-maternidade, benefícios por incapacidade (temporária ou permanente), entre outros.

As dicas também valem para autônomos e empreendedores, que nem sempre contribuem com o INSS e, por isso, devem avaliar mais de um tipo de investimento para construírem as reservas financeiras.

Conheça alguns investimentos de longo prazo e as taxas

Tesouro Direto

Garanta uma aposentadoria tranquila
O educador financeiro Alexandre Prado

De acordo com o educador financeiro Alexandre Prado, os títulos públicos são uma opção para quem quer investir a longo prazo. “Como o Tesouro Direto é um título pós-fixado, o rendimento varia de acordo com a soma das taxas de juros prefixadas e a variação da inflação durante o tempo que o investimento está alocado”, explica. Cabe destacar que o Tesouro Direto é um investimento seguro e está relacionado ao índice inflacionário, não há perda.

Renda Fixa
Os investimentos de renda fixa são considerados de baixo risco, bastante utilizados para a diversificação da carteira, e não têm incidência de taxas sobre os rendimentos, o que significa que eles não pagarão Imposto de Renda. A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito Agropecuário (LCA) são ativos interessantes para quem quer investir pensando na aposentadoria, segundo especialistas.

A LCI é um investimento emitido por bancos para captação de recursos para o setor imobiliário. Em troca, eles oferecem uma taxa de rentabilidade anual que é estabelecida na hora da compra. Já a LCA tem foco no setor agropecuário, como o próprio nome já diz.

“A melhor alternativa são os títulos de renda fixa, que são remunerados pela inflação (IPCA) mais juros. É um ganho certo no vencimento”, orienta a economista Myrian Lund, professora dos MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV). E alerta: “É necessário se programar para não precisar tirar antes”.

Previdência Privada
A previdência privada é um tipo de aposentadoria que não está ligada ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e é fiscalizada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Nesse caso, o contribuinte pode escolher o valor da contribuição e a periodicidade de recebimento.

“O aconselhável é buscar o banco e conversar com um gestor para avaliar o plano que se adeque à sua realidade”, pontua o advogado João Badari.

Fundos de investimento
Há diferentes tipos de fundos de investimentos disponíveis atualmente. Os fundos reúnem recursos de diferentes pessoas para aplicá-los de maneira conjunta no mercado financeiro. Assim, a rentabilidade é distribuída entre eles de acordo com o investimento de cada um.

Fundos de investimentos a longo prazo são interessantes para a aposentadoria, já que as alíquotas do Imposto de Renda decrescem conforme o investimento é mantido.

Fundos imobiliários
No caso dos fundos imobiliários, a aplicação em conjunto ocorre no setor imobiliário. Nesse caso, o valor é investido em construção e aquisição de imóveis, que depois serão alugados ou arrendados. A rentabilidade é distribuída como no fundo de investimento.

Mudanças na aposentadoria por idade e tempo de contribuição

Quem está prestes a aposentar-se ou a requerer pensão precisa estar atento. A reforma da Previdência estabeleceu regras automáticas de transição, que mudam a concessão de benefícios a cada ano. A pontuação para a aposentadoria por tempo de contribuição e por idade sofreu alterações.

Na aposentadoria por idade, a regra de transição estabelece o acréscimo de seis meses a cada ano para as mulheres, até chegar a 62 anos em 2023. Na promulgação da reforma da Previdência, em novembro de 2019, a idade mínima estava em 60 anos, passando para 60 anos e meio em janeiro de 2020.

Em janeiro de 2021, a idade mínima para aposentadoria das mulheres aumentou para 61 anos. Para homens, a idade mínima está fixada em 65 anos desde 2019. Para ambos os sexos, o tempo mínimo de contribuição exigido é de 15 anos.

Já na aposentadoria por tempo de contribuição, a reforma da Previdência estabeleceu quatro regras de transição. Na primeira regra, que estabelece um cronograma de transição para a regra 86/96, a pontuação composta pela soma da idade e dos anos de contribuição subiu em janeiro para 88 pontos (mulheres) e 98 pontos (homens).

Na segunda regra, que prevê idade mínima mais baixa para quem tem longo tempo de contribuição, a idade mínima para requerer o benefício passou para 57 anos (mulheres) e 62 anos (homens). A reforma da Previdência acrescenta seis meses às idades mínimas a cada ano até atingirem 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens) em 2031. Nos dois casos, o tempo mínimo de contribuição exigido é de 30 anos para as mulheres e 35 anos para homens.

Valores

Com a reforma, os valores pagos são calculados a partir da média do histórico de todas as contribuições do trabalhador para a Previdência e não mais sobre as 80% maiores.

Na prática, segundo especialistas em Direito Previdenciário, os valores pagos pelo INSS não devem ser suficientes para manter o padrão de vida no futuro. Isso porque o valor que você receberá será uma média de todas as contribuições, inclusive, as feitas no início da carreira, quando talvez ganhasse menos.

Entenda mais um pouco sobre os tipos de investimentos

Tesouro Direto

Rentabilidade (% anual, base jul/2021) variam de -10,21% a mais de 2,4%
Mínimo a ser aplicado: R$ 30,00
Taxas: custódia e a cobrada pela instituição financeira
Prazo: variável, com vencimentos de 2024 a 2055

Previdência Privada

Rentabilidade (% anual para 2020) variam de 2% a mais de 3,5%
Mínimo a ser aplicado: R$ 1,00
Taxas: administração (1% a 6% a.a.), carregamento (normalmente 5%), saída (por volta de 2%), performance (20%)
Prazo: Não tem prazo

Renda Fixa

Rentabilidade (% anual, base jul/2021) variam de 1,9% a 2,8%
Mínimo a ser aplicado: R$ 100,00
Taxas: custódia
Prazo: variável, de acordo com a instituição emissora e do tipo de título

Fundos de investimento de renda fixa e DI (os 30 maiores)

Rentabilidade (% anual, base jul/2021) variam de 0,44% a 34,90%
Mínimo a ser aplicado: variável, podendo ser de R$ 1,00 a R$ 1 milhão
Taxas: administração (0% a 4,5% a.a.)
Prazo: Não tem prazo

Fundos imobiliários

Rentabilidade (% anual, base jul/2021) variam de 1,9% a mais de 53%
Mínimo a ser aplicado: R$ 2,00
Taxas: performance (variável, podendo chegar a 30%), administração (entre 0% e 3%)
Prazo: Não tem prazo

INSS

Salário de contribuição: Alíquota

Até R$ 1.100: 7,5%
De R$ 1.100,01 a R$ 2.203,48: 9%
De R$ 2.203,49 até R$ 3.305,22: 12%
De R$ 3.305,23 até R$ 6.433,57: 14%