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Bombeiros têm papel importante no processo de doação de leite materno

Meses de janeiro, fevereiro e março são os de maior baixa nos estoques, por isso Secretaria de Saúde investe na conscientização das mães

Matheus Veloso/Metrópoles
Bombeira mostra pote de leite materno recolhido para doação no DF
1 de 1 Bombeira mostra pote de leite materno recolhido para doação no DF - Foto: Matheus Veloso/Metrópoles

atualizado

A doação de leite materno humano salva vidas. É um gesto de amor. Foi assim que a sargento Joselita Machado, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), definiu a atitude de diversas mães que doam o próprio leite para contribuir com a recuperação de bebês internados nos mais de 10 hospitais públicos do Governo do Distrito Federal (GDF) que oferecem o serviço de maternidade. Há 20 anos, a militar faz parte de uma das equipes responsáveis pelo recolhimento das doações nas regiões administrativas da capital federal. Inclusive, desde 1989 o CBMDF promove a coleta.

“É muito gratificante fazer um trabalho que ajuda famílias e salva vidas. Muitos bebês que estão em situação delicada nos hospitais necessitam de doação. Com isso, eles têm uma recuperação mais rápida, porque o leite materno é o melhor alimento para um recém-nascido.”

Bombeira olha para foto de braços cruzados, sorrindo, com banner do projeto banco de leite do GDF
A sargento Joselita Machado trabalha há 20 anos na equipe responsável por recolher as doações de leite materno pelo DF

Contudo, apesar do saldo positivo registrado em 2022, quando 7.160 mulheres participaram da Rede de Banco de Leite Humano do Distrito Federal ajudando a nutrir 14.577 crianças, a meta de 2 mil litros de leite por mês da Secretaria de Saúde não foi alcançada. O objetivo também não foi atingido no ano anterior, em que os números apontam 6.582 mães doadoras e 13.942 bebês nutridos.

E os meses de janeiro, fevereiro e março são os de maior baixa nas doações de leite materno. “As férias são sempre o período mais crítico para a rede. Para este ano, esperamos que as mães continuem doando. Esse trabalho de conscientização é muito importante para manter os estoques com bons níveis de leite”, afirma a sargento Joselita Machado.

Infográfico colorido sobre amamentação-Metrópoles

* Apesar do DF ser referência em desempenho e resultados, bebês prematuros nascem todos os dias, por isso a conscientização para a doação precisa ser constante.

Benefícios

O leite materno humano é rico em nutrientes, além de proteger contra doenças, reduzir a mortalidade e o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta, segundo o Ministério da Saúde.

Toda a logística da coleta, processamento e distribuição do alimento na capital federal é de responsabilidade da Secretaria de Saúde do DF em parceria com o CBMDF.

Processo de coleta

A sargento Miriam Sathler, lotada nos Programas Sociais do CBMDF, explica que o trabalho de coleta das doações é feito em duplas pelos militares. Eles entregam e buscam frascos nas casas das doadoras para os hospitais, orientam as mães sobre as formas de armazenamento e dão instruções sobre cuidados com a higiene. 

“O lema do Corpo de Bombeiros é vidas alheias e riquezas salvar. A coleta do leite materno significa salvar vidas por meio desse leite que tem poder nutricional comprovado e é um dos alimentos mais importantes para os bebês”, ressalta. 

O procedimento de coleta é mais simples do que se imagina: 

De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, a coleta deve ser feita em um local limpo e tranquilo, e o leite deve ser colocado em potes de vidro com tampa plástica, que devem ser fervidos por 15 minutos. O uso de touca e máscara é muito importante para evitar contaminações, além da higienização das mãos, braços e cotovelos com água e sabão. O leite pode ficar até 10 dias no congelador ou freezer. 

Toda mulher que esteja em boas condições de saúde e não tome medicamentos que interfiram na amamentação pode se dispor a doar voluntariamente.

Veja aqui o passo a passo para uma coleta segura. 

Para conhecer a rota de coleta feita semanalmente pelo CBMDF, clique aqui.

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Como doar?

As interessadas devem entrar em contato com o banco de leite mais próximo da residência ou ligar para o 160, opção 4.