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Por que Alexandre de Moraes atrasou a proclamação do resultado da eleição

Ministros e demais autoridades esperaram por pelo menos 20 minutos enquanto o presidente do TSE recebia dados sobre abstenções

atualizado 31/10/2022 0:15

Presidente do TSE Alexandre de Moraes sorri ao caminhar depois de falar sobre as ações nas eleições 2022 no centro de divulgação das eleições CDE no Tribunal Superior Eleitoral TSE eleiçoes 2022 - Metrópoles Igo Estrela/Metrópoles

Antes de proclamar o resultado final das eleições, quando as urnas já totalizavam 99,8% dos votos válidos, Alexandre de Moraes fez colegas ministros e outras autoridades que estavam na sede do TSE esperarem ao menos 20 minutos, já na área onde a imprensa o aguardava. O motivo? Ele pretendia ter em mãos o máximo possível de dados sobre a abstenção no segundo turno para, só depois, anunciar que o vencedor foi Luiz Inácio Lula da Silva.

Moraes queria estar preparado para o caso de ser questionado se o resultado do pleito presidencial pode ter sido impactado pela abstenção nas regiões onde a Polícia Rodoviária Federal, descumprindo ordem do TSE, parou um número ainda não conhecido de ônibus que transportavam eleitores. Os dados consolidados que finalmente chegaram para o ministro foram suficientes para cravar, com segurança, que a resposta era não. Isso porque a taxa de abstenção neste domingo foi menor que a do primeiro turno, algo que nunca ocorreu em eleições presidenciais com dois turnos.

Em seu pronunciamento, Moraes ressaltou que não houve aumento na abstenção do Nordeste, onde teria ocorrido o maior número de operações da PRF. “Mesmo os veículos que tiveram operações (foram parados), todos eles não voltaram à origem, seguiram o seu destino. Abstenção, que no Nordeste é menor que a média nacional, no primeiro turno foi 19,53%, e agora no segundo turno foi 19,29%. Ou seja, uma diminuição na abstenção”, disse o presidente do TSE.

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