metropoles.com

Ameaçada de prisão, cúpula da PF está intimada para depor hoje

Delegados são investigados por suspeita de interferir na apuração sobre corrupção no MEC, que levou à prisão do ex-ministro Milton Ribeiro

atualizado

Compartilhar notícia

PF/Divulgação
Polícia Federal
1 de 1 Polícia Federal - Foto: PF/Divulgação

A guerra interna na Polícia Federal tem um novo capítulo.

Estão marcados para esta quarta-feira os interrogatórios dos integrantes da cúpula da corporação acusados de interferir no inquérito que levou à prisão o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.

Os dirigentes da PF foram intimados pelo delegado Bruno Calandrini, responsável pela apuração que mira tanto a corrupção no MEC quanto as suspeitas de interferência indevida que surgiram no caso.

Deverão ser interrogados outros delegados da direção da Polícia Federal, em Brasília, e da superintendência em São Paulo, encarregada de cumprir o mandado de prisão de Milton Ribeiro, em junho passado.

Como a coluna revelou em meados do mês passado, Calandrini chegou a pedir a prisão da cúpula da PF em razão das suspeitas de interferência. O pedido foi feito à ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal.

Entre os elementos apontados pelo delegado para enquadrar os colegas da direção, que já foram indiciados por impor obstáculos à investigação, está a decisão deles de não autorizar a transferência de Milton Ribeiro para Brasília.

Ministra do STF dá salvo-conduto a delegado investigado

Nesta terça-feira, Cármen Lúcia concedeu salvo-conduto a pelo menos um dos alvos da investigação, o delegado Leopoldo Soares Lacerda, coordenador do setor de inquéritos especiais da Polícia Federal.

Lacerda é um dos dirigentes da PF cujo interrogatório está marcado para a tarde desta quarta.

Ele havia pedido à ministra a expedição de um habeas corpus para suspender a apuração de Calandrini sobre a suposta interferência, além do cancelamento do interrogatório, a suspensão de seu indiciamento e a garantia de que não poderá ser preso.

No salvo-conduto concedido, porém, Cármen Lúcia assegurou ao delegado apenas o direito de ser interrogado com a assistência de um advogado, de ficar em silêncio e de não ser obrigado a assinar qualquer documento que o coloque na condição de investigado ou mesmo de testemunha.

Nos últimos dias, Lacerda e os demais delegados intimados para interrogatório tentaram obter cópia completa da apuração tocada por Calandrini. Até esta terça, alguns deles cogitavam não comparecer se não soubessem, em tempo hábil, exatamente o que há nos autos.

Compartilhar notícia